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Roteiro de Israel e Jordânia em 10 dias – Parte I: Tel Aviv e Região da Galileia

Roteiro de Israel e Jordânia em 10 dias
Roteiro de Israel e Jordânia em 10 dias

Entre os destinos, sem dúvida alguma, mais emocionantes, que todo cristão-viajante deve inserir em sua programação, Israel reserva momentos e cenários indescritíveis, que só indo para ver e sentir. Um país repleto de história, cultura, entretenimento e religiosidade que certamente mexerá com sua cabeça e seu coração. Cheio de locais onde ocorreram inúmeras passagens bíblicas, é repleto de energia, fé e positividade. E de quebra, permitirá uma passada pela Jordânia para uma jornada de muita aventura e paisagens lindíssimas.

Limitar a quantidade de dias para ficar neste país é quase um sacrilégio. Tendo em vista que são inúmeros lugares considerados sagrados. Assim, a ideia principal deste roteiro é apenas criar um direcionador ao viajante para que organize sua viagem da melhor forma, otimizando a logística, bem como informar sobre os principais locais que são imperdíveis (pelo menos para mim).

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Sendo assim, este artigo será dividido em três partes:

  • A Capital Tel Aviv e a Região da Galileia;
  • Jerusalém, Palestina, Massada e Mar Morto;
  • Imigração para Jordânia, Wadi Rum e Petra.

SENTI FALTA E INDICO: Como o intuito de nossa viagem foi realmente um retiro espiritual, não aproveitamos devidamente a famosa noitada israelense. Sendo assim, se puder colocar mais um dia e gostar de uma “farrinha”, vai se esbaldar.

 

Ponto de partida para a viagem:

VISTO: Não há necessidade de visto para brasileiros, porém algumas recomendações são necessárias. Durante a imigração, são feitas algumas perguntas sobre estadia, motivo da viagem, acompanhantes e/ou quais locais pretende visitar (podendo não se limitar a estas). Apesar de achar tranquila a entrada, é recomendável que não haja no seu passaporte carimbos de países muçulmanos (exceto Jordânia e Egito) e não informe que deseja visitar a região da Palestina (caso seja o seu caso). O interessante é que eles não carimbam o seu passaporte, entregam sua permissão de entrada em um cartão de papel, o que não te impedirá a ir a outros países que não tenham uma “boa relação” com Israel.

VACINAÇÃO: Não houve necessidade de apresentação da vacina de febre amarela. Mas há a sua recomendação e as companhias aéreas exigem no momento do check in no Brasil.

TRANSPORTE: Em virtude da quantidade de sítios arqueológicos e cidades a serem visitadas, recomendo a locação de um carro. Foi desta forma que viajamos por todo estado de Israel em estradas muito bem conservadas, onde o aplicativo waze (software de origem israelense – ou seja, estamos onde ele foi desenvolvido) era a nossa “bússola”. Para tanto, na chegada do aeroporto, compramos um chip telefônico para uso dos dados móveis.

IDIOMA: Todos falam perfeitamente o inglês.

RELIGIÃO: Por ser um país religioso, com áreas cristãs, armênicas, muçulmanas e judias bem divididas, a roupa – principalmente feminina – deve ser respeitada, pois pode atrair olhares às vezes não tão agradáveis. Entretanto, ratifico, eles são altamente simpáticos e cordiais quando dizemos que somos brasileiros. E, garotas, não se espantem, caso algum israelense seja mais ousado e te faça uma proposta de casamento (?).

SEGURANÇA: Por conta da quantidade de “guerras-santas” e atentados que ocorreram e ocorrem na região, o questionamento sobre a segurança e o medo instaurado é bem normal. Contudo, durante nossa estada nessas regiões, sentimo-nos seguros o tempo todo (apesar de ver policiamento o tempo todo com seus “enormes” rifles pendurados no ombro). Mas reforço, eles são bastante simpáticos e não negaram uma foto, ao contrário, sorriram e brincaram com a câmera.

MOEDA: Em Israel, moeda local é a Novo shekel israelense e a conversão é praticamente um para um. Sugiro sempre levar o dólar por ser uma moeda internacional e forte para facilitar o câmbio.

Sugestão de roteiro religioso de 2 dias para Tel Aviv e Região da Galileia

PRIMEIRO DIA: TEL AVIV

Chegamos em Israel através do aeroporto Ben Gurion em Tel Aviv, onde já havíamos reservado um carro pela internet na Budget pelo período de dois, com a devolução programada para ser feita na cidade de Jerusalém. Foi tranquila tanto a compra de chip telefônico, como a retirada do carro. E então, seguimos para nosso hotel em Tel Aviv (o qual tinha estacionamento e foi reservado no booking.com) na capital israelense para apenas uma pernoite.

Após chegada no hotel (bem localizado no bairro Iemenita), deixamos as malas, tomamos uma ducha e seguimos andando pela orla até a Torre do Relógio, em Jafa Antiga. Diariamente aqui, há um tour gratuito às 11:00 e 17:00 (http://www.neweuropetours.eu/telaviv/en/sandemans-tours/tour-view/FREE-Tour-of-Old-Jaffa#) com guia. Recomendamos muito, principalmente o de final de tarde para brindar com o lindo pôr-do-sol. E, apesar de não termos feito reserva no site, o guia foi bastante simpático e permitiu que nos juntássemos ao grupo. Claro que ao final, foi solicitada uma gorjeta voluntária, a qual não nos opusemos em contribuir.

Booking.com

O tour é bastante informativo e passa pelos principais pontos desta antiga cidade portuária, fundada após o dilúvio por Jafé, filho de Noé. Dentre eles, a Mesquita do Mar, a Casa de Simão – o Curtidor (que hospedou Pedro por vários dias – Atos 9,43), o Mosteiro de São Pedro, a Praça Kedumim, a Ponte dos Desejos (acredita-se que ao atravessá-la, deve-se colocar a mão sobre seu signo e realizar um pedido olhando para o mar – claro que fiz o meu) e o Bairro dos Artistas, sem esquecer de uma parada para tomar um geladíssimo suco de romã para refrescar do calor.

Tel Aviv vista de Jaffa
Tel Aviv vista de Jaffa

No retorno ao hotel paramos na orla em um bar para tomar uma cerveja nacional e jantar. Já que na manhã seguinte acordaríamos muito cedo para irmos em direção a região da Galileia.

SENTI FALTA E INDICO: Infelizmente não tivemos tempo de ir ao centro de Tel Aviv até a sua praça suspensa, onde há um espetáculo: o “Fire and Water Fountain” às 19h e às 21h.

SEGUNDO DIA: GALILEIA

Acordamos e saímos em direção a Nazaré, cerca de 100 km e 4 horas de estrada.

Chegando em Nazaré
Chegando em Nazaré

SENTI FALTA E INDICO: Antes de ir a Nazaré, passar na cidade de Cesareia, onde os principais pontos turísticos são o Teatro Romano, o Palácio de Herodes, o Hipódromo, o Aqueduto e a muralha dos cruzados.

Chegando em Nazaré, fomos direto para a Basílica da Anunciação, onde embaixo há a gruta onde o Arcanjo Gabriel apareceu para Maria e anunciou que em seu ventre estava o Salvador, Jesus. A basílica internamente é decorada com vários painéis de como Nossa Senhora é representada em diversos países, sendo presentes de toda a arquidiocese do mundo para decorar este abençoado local. E, é claro, estava lá o painel de Nossa Senhora Aparecida. A sensação e emoção deste local é simplesmente indescritível. Não foi possível conter o choro. Uma energia nunca experimentada antes.

Basílica da Anunciação
Basílica da Anunciação

Na igreja, conhecemos uma brasileira voluntária, que nos apresentou um padre também brasileiro, e minha amiga conseguiu se confessar com ele.

Aos fundos da igreja, há um acesso a Igreja de São José, edificada em 1914, segundo a tradição sobre a casa e oficina de carpintaria do pai de Jesus.

Definitivamente, este não é um destino onde deva haver limites de horário. Perdemos a hora apreciando, orando e agradecendo a Deus. Sendo assim, não conseguimos ir a Canaã, onde Jesus fez seu primeiro milagre, transformando água em vinho. E seguimos para o Rio Jordão.

Yadernit
Yadernit

Acredita-se que a localização exata onde Jesus foi batizado por João Batista esteja na fronteira entre Israel, Jordânia e Cisjordânia. Porém, devido aos conflitos nesta região, foi construído em um novo local, o Yardenit (www.yardenit.com).

O sítio fica as margens do Rio Jordão e conta com toda a infraestrutura para quem deseja receber (ou reafirmar – meu caso) o primeiro dos sacramentos. O local em si é lindo e oferece uma paz de espírito incrível. O kit básico com acesso, toalha, aluguel de vestimenta branca e acesso ao banheiro custou dez dólares.

O local não oferece a garantia da presença de sacerdotes. Se houver algum na sua chegada, pode conversar com ele para realizar o seu batismo. Para evitar que não houvesse algum, enviei um e-mail para o Yardenit ([email protected]) solicitando contatos de sacerdotes. Eles responderam com os e-mails e telefones. Entrei em contato com um deles e agendei com o horário da minha chegada prevista. Eles não cobram nada, sugerem apenas uma doação como cortesia.

A cerimônia é bem simples, que ainda permitiu uma confissão prévia. Foi um momento emocionante e bastante tocante para mim.

Dica: Levamos daqui do Brasil umas garrafas plásticas de 300 ml para coletar água do Rio Jordão. Trazendo-as na mala, muito bem lacradas com fita 3M. E aqui no Brasil distribuímos em outras menores e demos para familiares, amigos e pessoas especiais como souvenir.

Após este momento único, seguimos margeando pelo “Mar da Galileia”, que na verdade é um Lago chamado Kineret, em Tiberíades, estando a 212 metros abaixo do nível do mar. Alimentado pelo Rio Jordão, é a principal fonte de água de Israel. Famoso pela abundância de peixes, pelos discípulos pescadores de Jesus e pelos milagres aqui ocorridos, dentre eles: 1. Jesus acalma a tempestade (Mateus 8, 23 a 27) e 2. Jesus andou sobre as águas (João 6, 16 a 21).

Seguimos então para o Monte das Bem-Aventuranças, em Tabga. Lugar onde ocorreu o mais longo e um dos principais ensinamentos de Cristo, o Sermão da Montanha, o qual inicia com as bênçãos, ou bem-aventuranças. O dia nos brindou com o lindo pôr-do-sol, uma bela vista do “Mar da Galileia”, em mais um local santo.

Monte das Bem Aventuranças
Monte das Bem Aventuranças

Descendo o monte, hora de jantar. A grande pedida é comer em um restaurante à beira do lago o clássico prato “Peixe de São Pedro”: peixe fresco do Mar da Galileia frito servido com batatas. Escolhemos o Decks, píer bem simples e tranquilo. E para evitar desgaste em estrada, programamos pelo booking.com uma noite de estadia em Tiberíades, para na manhã seguinte ir em direção a Jerusalém.

Peixe de São Pedro
Peixe de São Pedro

Assim que acordamos, fomos antes a Igreja da Multiplicação dos Pães e dos Peixes. Que contém ruínas de uma basílica bizantina do século V, erigida no local em que supostamente Cristo alimentou mais de 4 mil seguidores com sete pães e alguns peixes. No chão, o mosaico representa este milagre.

Ao seu lado, a Igreja da Primazia de Pedro, onde Jesus apareceu para Pedro após Sua ressurreição e disse: “Pois também eu te digo que tu é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja (Mateus 16:18).

E assim, seguimos para mais 180 km de estrada pelo deserto da Judeia em direção ao solo sagrado de Jerusalém. Local cheio de espiritualidade. No próximo artigo, detalharei o melhor roteiro para seguir pelos principais lugares onde desencadearam os momentos da últimas horas da vida de Cristo.

SENTI FALTA E INDICO: Como dito anteriormente, esta é uma viagem em que cronometrar passeios é o maior erro. Por isso, não houve tempo hábil de ir para Cafarnaum, onde há a Sinagoga em que Jesus ensinou e a casa de Simão Pedro e André. Aqui, Jesus operou muitos milagres: curou paralítico, dentre eles. Como também não conseguimos ir a Safed, a cidade da Cabala, ou mesmo ao Museu Yigal Allon, em Kibbutz Ginosar, onde consta um barco de pesca do tempo de Cristo.

Os próximos posts estão emocionantes. Aguardem.

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Escrito por Gil Cavalcante

Gil Cavalcante é pernambucano, administrador de empresas, professor, e viajante do mundo. Coleciona ímãs de geladeira das cidades por onde passa, e tem como meta: visitar e conhecer cada cultura deste planeta a fora. Sigam meus passos também no Instagram: @gilcav

19 Comentários

Deixe um comentário
  1. Oie Gil, estamos indo para Israel e adoramos o seu relato e dicas! Não achamos a parte II e IiI de Israel, já foi publicado?

    Outra dúvida é em relação ao aluguel de carro, você conseguiu alugar só com a CNH ou precisou apresentar a PID?

    Obrigada pela atenção e parabéns pelo ótimo trabalho

  2. Olá Gil, tudo bem? Adorei a formar com que contou da viagem. Também não consegui encontrar a Parte II de Israel. Consegue me mandar o link? Abs Flávia

  3. Também estou interessado nos demais relatos da viagem. Tenho viagem programada para Agosto para Israel e ja quero ir vendo o roteiro. No aguardo das demais publicações.

  4. Gil, tudo bem?
    Li as partes I e II de seu roteiro hoje e decidi por viajar sozinha a partir de sua viagem e relato. Vou dispensar o pacote definitivamente. Sensacional o seu blog!

    Minhas perguntas:
    1. Poderia nos informar quanto você gastou de parte terrestre?
    2. Quantos dias a mais você ficaria, para conhecer, por exemplo, Cafarnaum?
    3. Você apresentou a Permissão Internacional para dirigir em algum momento? Alguns países só aceitam a sua própria CNH. PID não adianta. Como a minha PID está vencida, se for necessária somente a CNH, tudo certo.

    Depois certamente vou apresentar outras questões.

    Parabéns pela iniciativa da viagem e do blog. Encantada!

    • Muito feliz que esteja gostando do relato. É realmente uma viagem tocante. Inesquecível. A parte z3 está no forno, já já publicaremos. Sobre suas perguntas:
      1) Gastei em torno de 5 mil reais (sem aéreo, sem valor de hotel por ser pessoal, sem luxo e comprinhas de souvenir). É uma viagem onde os locais são por si museus a céu aberto. Apenas guias e alguns passeios q são pagos.

      2) umas 8 horas acho suficiente .

      3)CNH nossa é aceita tranquilamente.

      Um abraço e obrigado pelo feedback. Já já a parte 3.

  5. Gil, deixo meu agradecimento pelo seu relato detalhado e cheio de entusiasmo. Estou programando minha viagem e seus comentários estão sendo riquíssimos. Deus o abençõe!

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