O Caçador de Aventuras: As Aparências Enganam

Quando se fala em Mergulho, logo imaginamos um lindo mar de cor azulada, águas cristalinas e um monte de peixinhos coloridos e simpáticos reunidos e passeando no fundo do mar. Quando muito, podemos nos deparar com algumas criaturas um tanto diferentes, mas nada muito assustador.

É, foi justamente o que pensei, mas estava totalmente enganado.
Começou pelo destino. Interior de São Paulo. A primeira pergunta é óbvia.
Mergulhar no Interior?

A resposta também parece óbvia. Vamos mergulhar em um lindo Lago!
Certo??…. Errado!!!!

No fundo sabia que boa coisa não vinha, afinal, quem me conhece sabe que não sou muito adepto a aventuras normais. A surpresa viria após quase 01 hora na Rodovia Castelo Branco. O destino final? Uma Pedreira.

Caracas, uma Pedreira????
As explicações vêm logo a seguir.

O local fica em uma pequena cidade chamada Salto de Pirapora. Lá, existe uma Pedreira e dentro dela um dos buracos de retirada de pedras e que com o tempo foi desativa.

Com sua paralisação, este buraco encheu de água e formou um lago com aproximadamente 18 metros de profundidade. Mas qual a graça de mergulhar em uma pedreira, de água parada, turva e sem vida marinha?

Mais um pouquinho e você vai entender o porquê.

Chegamos ao local por volta das 10 horas. Na bagagem, equipamentos de mergulho e de filmagem. Afinal, não podíamos deixar de registrar tamanha anormalidade.

De diferente apenas o tipo de mascara que iria utilizar. A chamada Full Face, por cobrir totalmente o rosto e possuir um sistema de microfone.

A equipe de terra iria acompanhar tudo, através de um monitor instalado e interligado ao equipamento de filmagem.

A expectativa era grande e a curiosidade também. Sabia que alguma coisa diferente iria aparecer na minha frente. Não tinha certeza se ia enxergar, afinal a água era bem turva.

Bom, tudo pronto, chegada à hora, começamos a descer.
Primeira regra, descer olhando para a parece para não perder a referencia. Segunda regra, não esquecer de fazer as descompressões, e última regra, não entrar em pânico, já que o lugar assusta até os mergulhadores mais experientes.

Minha primeira dificuldade foi a descompressão. O motivo foi o tipo de máscara que estava utilizado. Mas nada muito sério. Pelo menos por enquanto.

Não posso negar que o desconforto com o lugar era grande. Era tudo muito assustador. O silencio tomava conta do lugar e a sensação “claustrofóbica” era grande, mas não podia decepcionar, afinal, quem procura acha!!!

E realmente achamos, após cerca de 20 minutos aparecia os primeiros sinais.
Quando joguei a luz da lanterna alguma coisa brilhou. Parecia metal, mas ainda não dava pra perceber do que se tratava.

Não demorou muito quando a surpresa apareceu. Era um carro. Me aproximei ainda sem entender muito bem o que estava vendo.

Mas não estava enganado. Era um carro, da marca Volkswagen, modelo Logus.
Ele estava meio destruído. Não tinha mais seus principais acessórios, mas era impressionante ver, no meio daquele “nada”, um carro. Claro, que nessa hora a imaginação começa a fluir, e não escapou o pensamento – “Será que vai ter alguém morto dentro do carro?”. Claro que não, mas não vou negar que me aproximei com certa expectativa para olhar o banco do motorista.

Depois do choque, mais surpresas me esperavam. Mas a frente um outro carro. Desta vez da marca Chevrolet.

Bom, resumindo, no final foram 04 carros encontrados. Todos, frutos de fraudadores de seguros, que desapareciam com os carros, jogando-os neste local.

No final ainda deu tempo de achar equipamentos deixados pela Pedreira, como bombas de sucção e, acredite se quiser, algumas espécies marinhas.

No final da aventura, levei na memória uma experiência inesquecível e um sangramento no ouvido esquerdo, resultado de uma má descompressão feita no nosso segundo mergulho do dia, e que me deixou completamente atordoado, mas nada muito sério.

Agora é só curtir algumas fotos, assistir um resumo do vídeo e esperar até a próxima quinta com mais emoção com o Caçador de Aventuras.

Assista a reportagem

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Autor: Lu Marini
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