Pedalando pela história em Israel

Passe sobre uma pedra em Israel e é provável que você esteja tocando um pedaço da história. Poderia ser a mesma pedra que a charrete do imperador romano subiu ou talvez a mesma pedra tenha ficado presa na sandália de algum herói bíblico. Ou, ainda, fosse parte das antigas prensas de azeite de oliva?

Em Israel, arqueologia, história e natureza se cruzam. É um parque histórico para os turistas e as pessoas que vivem aqui.

O Fundo Nacional Judaico, The Keren Kayemeth LeIsrael (KKL-JNF) já gastou cerca de 250 mil dólares desenvolvendo e melhorando as trilhas para bikes nas terras da Floresta Ben Shemen.

Localizada a cerca de meia-hora de Tel Aviv e de Jerusalém, este conjunto de florestas oferece a maior trilha para bikes de Israel. Ela é composta de duas trilhas que se juntam e formam loops permitindo que carros e ônibus permaneçam no mesmo ponto de partida.

As novas trilhas foram inauguradas no final de Dezembro de 2011. Com 32 kilômetros, as trilhas ainda serão maiores no ano que vem quando outra trilha ainda em desenvolvimento se juntar às atuais.

Pedalando pela história antiga

O sentimento de história está sempre no ar.

As trilhas passam pelo antigo assentamento de Canaã chamado Anava (palavra hebraica para “videira”), criado há 4.000 anos e mencionado na Bíblia. Alguns historiadores acreditam que o óleo para acender a menorá no Templo Judaico em Jerusalém foi produzido em Anava.

Para ciclistas com treinamento médio, o passeio de Anava leva cerca de cinco horas para terminar. O trajeto menor, chamado Herzl, leva cerca de uma hora, disse a guarda florestal Mira Zer. A trilha Herzl tem 10 quilômetros de extensão e termina em Mitzpeh Modi’in, em um mirante fabuloso.

As duas partes da trilha, que é predominantemente plana, começa como única, serpenteando através da antiga floresta de pinheiros ciprestes em Israel. Depois de sete quilómetros, o caminho se divide em dois.

Uma parte retorna para o início, enquanto a outra segue para a trilha Anava. A trilha Anava de 25 quilômetros começa e termina na trilha Herzl, passando pelo Vale do Monge e Tel Gimzu, um antigo sítio arqueológico.

Não é um passeio no parque

A iniciativa de estabelecer novas trilhas foi motivada principalmente pelo movimento ambiental, explica Mira Zer. Os adeptos de mountain biking foram se multiplicando rapidamente em Israel e, sem saber, seu passatempo de andar pela floresta era perigoso para eles e também para a vida selvagem – as plantas e animais que vivem na floresta.

“Muitas pessoas queriam usar as trilhas”, diz Mira, e os ciclistas estavam construindo trilhas piratas, e não usando caminhos na floresta da forma correta. Estas trilhas piratas estavam causando danos na floresta, matando árvores. Agora, há caminhos organizados para ciclistas apenas, caminhos que são seguros para as pessoas e para os habitantes da floresta. ”

Mas não espere um passeio no parque, Mira diz. As trilhas são construídas para ciclistas com habilidades moderadas, e há alguns pontos onde os ciclistas devem descer da bicicleta para andar já que certos locais não podem ser vencidos com rodas. Em suma, apenas pilotos experientes devem tentar. ” Não são trilhas de família, mas para as pessoas que realmente sabem como andar bem”, ela avisa.

As novas trilhas de um sentido só significam que os ciclistas têm que ir na mesma direção para evitar colisões. Além disso, uma boa parte da trilha só pode ser percorrida por uma bicicleta de cada vez. Mas isso não impede de maneira nenhuma as viagens de grupo, é só que os pilotos devem esperar trilhas estreitas, e em muitas áreas terão de andar seguindo um após o outro.

Mountain biking em Israel

Mountain biking se tornou uma paixão e passatempo para um número crescente de israelenses e turistas em todo o mundo. Uma trilha de Tel-Aviv-Jerusalém que a KKL-JNF inaugurou no ano passado revelou-se muito popular.

Esses novos caminhos continuarão a satisfazer a demanda de uma forma segura e ecologicamente responsável. As trilhas foram projetadas pelo arquiteto Otto Friedman e fixadas por funcionários da KKL-JNF sob a supervisão e orientação de Doron Amitz, um ciclista profissional que ganhou no ano passado a Competição Ofakim de bicicleta.

A Floresta Ben Shemen

As árvores da floresta foram as primeiras plantadas pela fundação KKL-JNF em 1908, antes mesmo do Estado de Israel existir. Em hebraico, ben siginifica “filho de” e shemen significa “azeite”.

Este nome vem do primeiro assentamento judaico que começou na área, em torno do qual uma fábrica de azeite foi construída. Infelizmente, a fábrica foi destruída em um incêndio florestal em 1915.

Judeus e não-judeus do mundo todo doaram dinheiro para desenvolver a natureza na terra de Israel e várias florestas foram plantadas. É por isso que é comum ver nomes de família e cartazes de reconhecimento de doadores em nas florestas israelenses.

Em 1950, quando Israel já tinha se tornado oficialmente um Estado independente e soberano, as aspirações de seus líderes para reflorestar a Terra Santa atingiu um pico quando novos imigrantes começaram a trabalhar como plantadores de árvores na região de Shemen Ben. Naquela época a região era chamada de Região Modi’in, e se desenvolveu rapidamente com novos projetos residenciais como as comunidades de Gimzu, Daniel Kfar, Arif Bet, Bet Nehemia e Hadid. Estas comunidades podem ser visitadas ao longo da trilha.

Formando um pulmão verde para Tel Aviv e redondezas, as Florestas BenShemen são a maior floresta na região central de Israel.

Ela oferece uma atividade recreativas agradáveis para os turistas que gostariam de ver os caminhos menos conhecidos de Israel.

Por Rivka Borochov.