Travessia Petrópolis x Teresópolis – RJ

Travessia Petrópolis x Teresópolis no Rio de Janeiro





A travessia Petrópolis-Teresópolis é um clássico nacional de caminhada e montanhismo, sendo por muitos considerada a travessia mais bonita do Brasil.

Com cerca de 30 km de extensão, a travessia da Serra dos Órgãos exige preparo físico e equipamento adequado. É necessária a presença de guia experiente, principalmente no trecho entre os Castelos do Açú e a Pedra do Sino.

Antes do início da caminhada é necessário pagar a taxa na portaria (R$ 12,00 por diária/pernoite) e assinar Termo de responsabilidade. O termo deve ser preenchido nas portarias do Parque.

Dica: para agilizar a entrada, baixe o termo de responsabilidade e já leve preenchido com seus dados.

ROTEIRO DA TRAVESSIA PETRÓPOLIS X TERESÓPOLIS

Foto: Aroldo Jr

O roteiro recomendado tem início na Portaria do parque em Petrópolis, localizada no bairro do Bonfim, e duração de 3 dias. O sentido Petrópolis-Teresópolis se justifica tanto pela menor dificuldade na passagem de determinados trechos críticos, quanto pela beleza da paisagem, podendo-se admirar de frente a majestosa cadeia de montanhas da Serra dos Órgãos.

ATENÇÃO: O envio de Termo de Responsabilidade por fax não configura reserva.

Para escaladas com acesso pela BR-116 (Dedo de Deus, Escalavrado) o Termo de Responsabilidade deve ser preenchido e enviado por fax para (21) 2152-1103 (dias úteis) ou entregue diretamente nas portarias do PARNASO.

Primeiro dia: Bonfim-Castelos do Açú
Duração estimada: 6 horas

A caminhada até o Açú é considerada pesada devido à grande variação altitudinal. Parte-se da portaria do parque (cerca de 1.100m de altitude), chegando-se a 2.245m na Pedra do Açú. A caminhada é relativamente curta (pouco mais de 7 Km de extensão) mas demora cerca de 6 horas para o montanhista médio.

A travessia começa na Sede Petrópolis do PARNASO, no bairro do Bonfim. Após cerca de 40 minutos na trilha chega-se à entrada para a Gruta do Presidente e a Cachoeira Véu da Noiva. Mais 50 minutos de caminhada e chega-se à Pedra do Queijo, um bom local para descanso com vista panorâmica para o Vale do Bonfim e os picos da Alcobaça, do Alicate e outras montanhas de Petrópolis. Após mais 40 minutos de subida chega-se ao Ajax, local com fonte de água. O acampamento é proibido no local.

Foto: Márcio Marques

Após a passagem pelo Ajax inicia-se o trecho de subida mais íngreme de Petrópolis. Conhecido como Isabeloca, em homenagem a uma suposta passagem pelo local da princesa Isabel em lombo de mulas, este trecho encontra-se bastante erodido. A situação é agravada pelos diversos atalhos que a equipe do parque e voluntários vêm tentando fechar para evitar o agravamento da situação.

Ao fim da Isabeloca chega-se ao Chapadão, trecho mais plano de onde já se avista a Pedra do Açu, também conhecida como pico do Cruzeiro, ponto mais alto de Petrópolis, e os Castelos do Açu, interessante formação rochosa cheia de reentrâncias onde é possível se abrigar da chuva e do vento.

Próximo aos Castelos do Açu existem diversas fontes de água e este é o ponto recomendado para o primeiro pernoite. No local existem dois abrigos rudimentares construídos com pedras empilhadas por antigos montanhistas. Esta é uma das duas áreas onde o camping selvagem é permitido no percurso da travessia.

Em noites abertas é possível observar as luzes da cidade do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense.

Segundo dia: Castelos do Acú-Pedra do Sino
Duração aproximada: 7 horas

Após o espetáculo do nascer do sol atrás da Serra dos Órgãos, inicia-se o segundo dia de caminhada. Neste trecho é indispensável a presença de guia experiente. É frequente a ocorrência de montanhistas perdidos, principalmente em dias com muita neblina. A caminhada é quase toda nos campos de altitude, formação vegetal de pequeno porte que, no Estado do Rio de Janeiro, só ocorre na Serra dos Órgãos, em Itatiaia e no Parque Estadual do Desengano.

Seguindo na direção leste chega-se ao Morro do Marco após cerca de 30 minutos. O local é facilmente identificado pela pirâmide de pequenas pedras que dá nome ao morro.

Foto: Rodrigo Suriani

No Morro do marco é possível pegar uma variante da trilha e conhecer os Portais de Hércules (foto ao lado), uma espécie de mirante na beira das vertentes mais inclinadas da Serra dos Órgãos, com bela visão do vale da Morte.

Descendo o Morro do Marco, em cerca de 30 minutos chega-se ao Vale da Luva, local coberto pela interessante mata nebular, com grande abundância de plantas epífitas, entre as quais destacam-se orquídeas endêmicas da Serra dos Órgãos. O Vale é cortado por um pequeno riacho onde é possível se refrescar e encher os cantis. O local é uma alternativa de acampamento para aqueles que pretendam fazer a travessia com apenas um pernoite ou para roteiros mais longos do que três dias.

Em seguida inicia-se a subida do Morro da Luva. O cume é atingido em cerca de 30 minutos. Após a descida em superfície rochosa, onde a trilha não é bem marcada e o risco de se perder em dias de neblina é alto, chega-se à Cachoeirinha (mais 30 minutos), local com água abundante e ponto recomendado para descanso.

A subida do Elevador, logo após a Cachoeirinha, é uma escada de ferro que exige equilíbrio para passar com mochilas cargueiras (foto ao lado). Na seqüência chega-se, após cerca de 40 minutos, ao Morro do Dinossauro, um dos pontos mais altos do parque, de onde já é possível avistar a Pedra do Sino, o Vale das Antas e a Pedra do Garrafão. A descida até o Vale das Antas leva cerca de 40 minutos. No vale estão outras nascentes do Rio Soberbo e o local tem água o ano inteiro. O camping é proibido no local em função da fragilidade do ambiente e das nascentes do rio Soberbo.

Foto: Renato Galani

Após mais uma subida íngreme chega-se ao Dorso da Baleia, em frente à vertente da Pedra do Sino. Do local é possível avistar a maior parede de escalada (bigwall) do Brasil, onde estão as vias Franco-Brasileira e Terra de Gigantes. Após a descida de uma grota, inicia-se a subida do paredão que leva à Pedra do Sino. A subida é íngreme e a passagem conhecida como Cavalinho é o ponto mais perigoso da travessia (foto abaixo), sendo obrigatório o uso de cordas.

Após o Cavalinho, o montanhista segue por uma estreita trilha que contorna a Pedra do Sino até encontrar a trilha de subida para o cume, ponto culminante da Serra dos Órgãos (2.263m). Dependendo da hora de chegada neste ponto, pode-se optar pela subida ao cume ou descida para montar o acampamento ou se instalar no abrigo da Pedra do Sino (Abrigo 4). É terminanetemente proibido acampar no cume.

A subida até a Pedra do Sino à noite é altamente recomendável, principalmente em noites de tempo bom. A vista da cidade do Rio de Janeiro à noite é impressionante e vale o passeio.

Terceiro dia: Pedra do Sino-Teresópolis
Duração estimada: 4 horas

O percurso do terceiro dia inclui apenas a descida da Pedra do Sino até a Sede Teresópolis do PARNASO. São 11 Km de descida relativamente suave com belas vistas do município de Teresópolis e do Parque Estadual dos Três Picos. Recomenda-se uma nova subida ao cume da Pedra do Sino para admirar o nascer do sol.

Foto: Aroldo Júnior

Abaixo da cota 2000m, a estrutura da vegetação começa a mudar. O campo de altitude é substituído por uma mata nebular, com grande quantidade de bromélias e orquídeas. A trilha sombreada pela mata passa pelas ruínas do antigo Abrigo 3, local de descanso com mirante. Os vestígios do antigo Abrigo 2 são difíceis de reconhecer em meio à vegetação.

Uma alternativa para aqueles que desejam mais aventura é fazer outras trilhas com acesso a partir do Abrigo 4, como a trilha do Garrafão, antes de descer.

Na descida passa-se por duas cachoeiras, com destaque para a Véu da Noiva de Teresópolis com cerca de 16 metros de queda. Outra opção é descer e aproveitar as atrações da Sede do PARNASO em Teresópolis, como a piscina natural e o rio Paquequer.

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Mauricio Oliveira: Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

Ver Comentários (11)

  • Boa tarde. Do dia 26 ao dia 31 de maio to indo ao Rio de Janeiro dar um passeio. Gostaria muito de fazer a travessia Petrópolis - Teresópolis. Vc pode me indicar algum guia de confiança ou agência pra me levar. Achei algumas opções, mas com vagas já esgotadas para esse período. Um grande abraço!!!

    • Oi Renato, não temos parcerias com agências nem guias de turismo. Infelizmente não podemos te ajudar com essa dúvida. :(
      Abs

  • Ola Mauricio.

    Cara estou querendo algumas dicas de equipamentos para a travessia.
    Poderia me ajudar em alguns pontos?
    Gostaria de saber se o Saco de Dormir Deuter Orbit 0 (5º Conforto / -14 Extrema), seria adequado e se não, qual seriam as outras opções.

    Abraço

    • Oi Bruno, depende da época que você vai fazer a travessia. No inverno as temperaturas podem chegar facilmente no zero. Esse saco de dormir é ótimo, mas acredito que talvez você precise usar casacos para dormir no frio. O legal dele é o peso né? Acho um bom investimento. Abs

      • Fala ae Mauricio. Desculpa a demora cara, eu tava achando que iria receber algum email falando que vc tinha respondido.

        Acabei comprando ele mesmo, o peso dele é ótimo, ainda não tive a chance de usar ele pra valer, mas experimentei para ver qual a sensação de ficar dentro dele, achei muito confortável.

        Comprei a Barraca Minipack da Azteq, para usar na travessia, li relatos que ela aguenta bem o tranco, ela vou pode testar antes da travessia. Peguei a segunda versão que tem 2kg, não achei a primeira que tem 1,750kg pouca coisa a menos, mas que devem fazer a diferença. hahahah

        Ainda vou comprar o isolante térmico e a Cargueira. Um item de cada vez. kkkk
        E sobre a Mochila, será que uma de 50L + uma de Ataque dão conta do recado ?

        Abraços.

        • Oi Bruno, normalmente nosso sistema envia um email com a resposta sim. Verifique na caixa de Spam, pois pode ter ido parar lá.

          Você está com um ótimo equipamento. Quanto a mochila, tem que ver o seu porte físico (peso e altura) para saber exatamente qual o tamanho ideal pra você. O importante é lembrar sempre: quanto mais espaço temos, mais queremos levar! E com isso ela ficará muito pesada. Lembre sempre de viajar o mais leve possível. ;)

  • Olá Mauricio, primeiramente Parabens pelo material aqui exposto. Ficou muito bom e irá servir como referência.
    Gostaria de fazer uma pergunta, após analisar a previsão de chuva, e constatar que nao haverá chuva no periodo da trilha, voce acha arriscado fazer a trilha em dois(casal)?
    Temo a parte que nao tem sinalização e que com neblina fica dificil se localizar...agradeço desde ja!

    • Oi Rande, indico ir sempre com guia, pois dessa forma temos a segurança de alguém que conhece o ambiente, além de ter informações históricas e geográficas do destino. Essa não é uma travessia fácil e muita gente se perde. Pense nisso antes de colocar a vida de vocês em risco.
      Muito obrigado pelos elogios ao nosso trabalho. Abs

  • Eu fui na pedra do Sino em 2004 por ai ,e sei que só pagava para ficar nos abrigos !Acampei por uns 5 dias em uma área próximo ao abrigo e não cobravam não .Você pagava a entrada do parque e não tinha dia certo para sair também . Agora paga até para acampar ?? Não pode escolher um local e acampar não ? Agora tem dia certo para sair ? Alguém sabe mais informações ???? è necessário o uso de GPS ? Ou é possível zer a travessia sem o mesmo ? Pode se pagar entrada e ficar o tempo que precisar ou tem qye agendar a saída ?

  • Se alguém precisar de Guia, conheço um cara muito bom, que me ajudou pra caramba, Daniel Whatsapp: (21) 99411-9724, o cara é do Rio e se precisar de transporte ele leva de carro e tem bom preço além de negociar valores, nos levou em mais picos do que estava previsto, sem cobrar nada à mais!!
    Ótimo Post!!! Usei o post como base!

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