O Caçador de Aventuras: A Caverna Assassina





Durante minhas aventuras por esse Brasil a fora, tive oportunidade de explorar algumas cavernas. Mas uma em especial ficou marca pelo seu elevado nível de dificuldade e pela série de histórias que a cercavam.

Estou falando da Ouro Grosso, localizada no PETAR, Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira, São Paulo.

Caverna que amedronta os mais experientes, ela era utilizada somente para treinamento do Grupamento de Salvamento do Corpo de Bombeiros, até que foi fechada, depois da morte de pessoas aventureiras no seu interior.

Para encarar toda sua fúria, organizamos uma equipe do mais alto nível e com larga experiência, afinal teríamos que enfrentar muitas dificuldades para chegar ao ponto mais distante de sua entrada e que jamais havia sido explorado.

Liderando o grupo, o Zaca, pessoa que virou um amigo e que se tornou quase que uma lenda no PETAR. Já havia estado com ele em outras expedições. Foi quando aprendi a sua frase mais importante, e que pra essa nova aventura iria ser dita várias vezes – “tudo é ilusão da matéria”.

A Ouro Grosso é conhecida pelo seu alto nível de dificuldade. No seu interior enfrentamos obstáculos que vão desde caminhada em penhascos até escaladas para se chegar a acessos, e muita água. Muita mesmo!! Durante a aventura, 98% do percurso é com muita água e uma temperatura que beira os 3º C.

O tempo de expedição também é um dado curioso. No total seriam quase 10 horas.

Por esse motivo, todas as autoridades foram avisadas do horário exato de nossa entrada e a que horas deveríamos retornar. Caso não chegássemos à saída no horário marcado, um grupo de salvamento irá entrar para o resgate.

Uma outra informação que me enchia de orgulho, é que jamais haviam registrado imagens do local. Eu iria ter esse privilégio.

Bom, sem muito papo, vamos aos detalhes.

Equipamento

Muita corda e mosquetões, além de pinos para ancoragem e martelo. Para filmagem, câmera, sacos estanques e iluminação, que exigia um peso adicional devido às baterias.

Capacete com iluminação por Carbureto e ferramentas básicas.
Não podia faltar o kit de primeiros socorros.

Vestimenta

Para enfrentar a temperatura, neoprene, porém com um cuidado, não atrapalhar a nossa mobilidade.

Luvas e botas especiais.

Alimentação

Para uma jornada dessas, a alimentação é fundamental. Pra isso, levamos alguns “petisquinhos”, afinal, seriam 10 horas, lembrando que a baixa temperatura faz com que o corpo consuma mais energia.

Então definimos, barras energéticas, algumas barras de chocolate, leite condensado e repositores de sais minerais.

Continuando…

Bom, acordamos cedo depois de uma noite agitada. Partimos para o local de preparo dos equipamentos, vestimenta e últimos detalhes.

Nosso plano previa entrarmos na caverna exatamente às 8h, para que a nossa chegada acontecesse no entardecer. Foi exatamente o que acontece. Quando foi 8h eu já estava dentro da caverna com uma parede de pedra a apenas 60 cm da minha cabeça.

A escuridão era total e o barulho assustador. Parecia que a caverna estava falando. O barulho ficou gravado na minha mente durante um bom tempo, depois da expedição.

O sentimento era engraçado, uma mistura total de emoção, adrenalina, ansiedade, tensão, admiração.

O percurso exigia muito e não dava pra pensar em muita coisa. Toda hora era um obstáculo diferente a ser vencido.

Não demorou muito pra encontrarmos as primeiras corredeiras internas. Era estranho ver uma cachoeira dentro de uma caverna. Foi o momento que exigiu muitas marteladas para colocação de pinos de ancoragem nas pedras para chegar às galerias mais altas.

Quando achava que íamos ter um pouco de tranqüilidade, aparecia mais emoção. Uma hora eram penhascos, outras vezes buracos minúsculos, subidas, descidas e muito frio.

Em poucos momentos lembramos de comer, mas o que não nos deixava em paz era a vontade de fazer “xixi”. Imagina você com vontade e escutando a todo momento o barulho de água. Era difícil agüentar. Não deu outra, quando estávamos a quase 07 horas na caverna, não agüentei mais e tive que me render às necessidades fisiológicas. Me neguei a tirar o neoprene naquele frio congelante. Não deu outra. Desculpe ter que dizer isso, mas alem de aliviar a bexiga, aqueci parte do meu corpo. Eh, toda aventura tem seus problemas.

Depois de quase 10 horas chegamos ao ponto final. Tirando alguns arranhões, e problemas que só iríamos sentir no dia seguinte, como dores no corpo todo, tudo correu bem e consegui sentir a emoção e registrar as primeiras imagens dessa Caverna Assassina.

Assista ao vídeo

Obs.: Chego a me questionar. Será que a caverna é mesmo assassina, ou aventureiros não a respeitaram??? Essa resposta fica no ar!!

No final, o grito de guerra, que é mais ou menos assim:

“Obrigado Senhor por mais essa Aventura. Porque muitos querem mais não podem, outros podem, mas não querem, nós, podemos e queremos”.

Abraço a todos e até quinta que vem com mais O Caçador de Aventuras.

Autor: Lu Marini
E-mail: marini@flycomunicacao.com.br
Site: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=8836184025358070891

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Mauricio Oliveira: Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.