Como me apaixonei pelo Stand Up Paddle





“Para onde eu vou?”, pensei em voz alta. Sozinho na água, olhava para os lados e não conseguia enxergar terra firme. Só via a linha difusa que separa o céu do mar. E me lembrei do pescador, morador da Ilha Vitória, que poucos minutos antes havia tentado me convencer a não fazer essa travessia. A Marinha tinha se comunicado por rádio: vento muito forte era esperado à tarde e nenhuma embarcação deveria deixar aquela ilha tão isolada. Respirei fundo, escolhi uma nuvem distante que poderia estar em Ubatuba (ou não) e segui adiante.

Esse foi o começo do maior passeio que fiz sobre uma prancha de Stand Up Paddle até hoje, mas minha história com o SUP começou dois anos antes. Eu estava com uma viagem marcada para Nova York a trabalho. Sou fotógrafo de moda e sentia falta de fazer algo diferente no meu cotidiano. Foi aí que minha mulher sugeriu que eu comprasse uma prancha de SUP. Como nunca tinha surfado na vida, achei que não conseguiria me equilibrar sobre a prancha e desdenhei. Disse que era um esporte de gente velha e que seria muito difícil guardar aquele trambolho.

Contrariado, acabei trazendo uma prancha inflável no avião de volta. A ironia é que, desde então, a levei praticamente em todas as viagens que fiz depois disso. Ubatuba, Paraty, Rio de Janeiro, Caraíva, São Miguel dos Milagres, Califórnia e até o Japão são alguns dos lugares em que remei. Me empolguei tanto que criei um pseudônimo (Daniel Pluk) para contar, em um site, os trajetos que faço e mostrar as fotos das paisagens. É o www.caminhosdosup.com.br. Nele, explico as coisas incríveis que acontecem quando se está remando em pé.

Logo em minha primeira travessia, em Ubatuba, cruzei com golfinhos. Eles me acompanharam por alguns metros e pude vê-los pulando ao meu lado e passando sob a prancha. Sei que até parece uma cena de “As Aventuras de Pi” (filme ganhador de quatro prêmios Oscar com histórias fantasiosas no oceano), mas cruzei com peixes que tinham asas e voavam a poucos centímetros da água, flutuei sobre uma floresta submersa com árvores que se assemelhavam a ilhas em Paraibuna, e tive o SUP abraçado por um peixe-boi de meia tonelada que me confundiu com um possível parceiro sexual em Alagoas, entre outras aventuras.

Muita coisa acontece em cima de uma prancha de SUP. Apesar de não ser um esporte radical – pelo menos não da maneira que pratico, fazendo travessias sem pressa – dificuldades aparecem aqui e ali. Enfrentar um vento muito forte em sentido contrário às vezes parece impossível, e se equilibrar em mar aberto, com ondas grandes vindo de todas as direções, também.

Mas o mais prazeroso para mim é usar o SUP para ver a natureza de um outro ângulo e numa velocidade mais natural, em que possa absorver muito mais do que se estivesse num barco, por exemplo.

E foi isso que aconteceu na travessia de 34km da Ilha Vitória até Ubatuba, que conto no início deste texto. Com o auxílio de uma bússola, consegui acertar meu rumo. Devagar, uma remada depois da outra, vi finalmente a terra firme se aproximar.

O tal vento que o pescador me alertou (e que, no fundo, eu torcia para que viesse, pois me auxiliaria a chegar mais rápido), acabou não aparecendo. Tive que remar por seis horas ininterruptas, tendo como companhia apenas o olhar curioso das gaivotas ao meu redor.

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Daniel Pluk: Desde escaladas no Himalaia a mergulhos em crateras de vulcão no Hawai, Daniel Pluk já rodou o mundo. Mas recentemente descobriu sua verdadeira paixão: travessias numa prancha de Stand Up Paddle (SUP). Criou o site www.caminhosdosup.com.br para contar essas aventuras. Aqui Daniel mostra um pouco desse estilo de vida.

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