Aventuras no Cânion Guartelá





Saí mais cedo do trabalho, logo depois do horário de almoço, e fui para casa. Saímos de Curitiba às quatro da tarde. Na ida demos uma parada nas Furnas que tem no Parque Estadual de Vila Velha. Curti muito o lugar e recomendo. Passamos então por Ponta Grossa, Castro e finalmente chegamos a Fazenda Novo Horizonte*, na região do Cânion Guartelá, mais ou menos às oito da noite. É que fomos de Fiat 147, e aí é devagar mesmo. Nem que a gente queira não anda.

*Este camping não existe mais.

No camping era assim: pernoite a três reais por pessoa, com luz elétrica (uma lâmpada e uma tomada), direito a fazer fogueira (com tijolo a vontade para quem quisesse), e você ainda escolhia o lugar que achasse melhor para acampar, numa área bem grande.

A noite fez frio. Ventou muito por lá. Acho que nunca tinha visto tanto vento na minha vida. Nem quando subimos o Pico Paraná vi uma ventania assim. A barraca ficava completamente torta. Mas também teve um lado bom: não havia pernilongo nem mosquito algum por ali.

Na sexta-feira fomos conhecer o Cânion Guartelá. Na época não dava para visitar nada, pois todos os carreiros tinham uma plaquinha que dizia “acesso restrito”. É que já deterioraram muito as trilhas e daí fecharam muitas delas para ver se voltam ao normal. Antigamente era permitido inclusive acampar em qualquer local do Cânion.

Enfim, hoje o Parque Estadual do Guartelá está muito mais lindo e organizado, assim como o Parque Estadual de Vila Velha, que passamos na ida. À noite eu e o Milton fomos jogar baralho na “lanchonete” que tem no camping. A janta foi miojo e suco. A “sobremesa” foi amendoim. kkkkkk.

Conhecemos uma família enorme que estava acampando por lá, com umas 20 pessoas. Ficamos conversando e jogando baralho com alguns deles.

Estava muito frio (principalmente por causa do vento) e como eu tinha molhado a minha única calça, eu estava de bermuda. E como eu tinha feito um calo em cada calcanhar, eu estava de sandália. Resumindo: Eu estava morrendo de frio. Mesmo assim, antes de ir dormir, saímos com mais algumas pessoas daquela família ali na rodovia e ficamos deitados no asfalto vendo o céu. Ok, sei que isso é meio perigoso, mas era “uma e pouco” da manhã e não tinha absolutamente ninguém na estrada. E era um retão enorme, logo, se viesse algum carro a gente veria. O que não dava era para perder aquele céu estrelado.

No outro dia, sábado, fomos para Tibagi , uns 15 km mais adiante do Cânion Guartelá. Eu tenho alguns parentes meio distantes que moram por lá. Um tio, inclusive, tem um restaurante na cidade. Quando for para Tibagi coma no “Tropeiros” e fale que foi indicação do Jorge. Claro que isso não vai fazer com que você ganhe um desconto, mas acho que ele vai ficar contente comigo por eu estar fazendo propaganda do restaurante dele. kkkkkkk

Tem umas cachoeiras bem legais por lá. Fomos em duas. Uma no rio Tibagi, que aliás nem deu para perceber que era uma cachoeira porque o rio estava cheio, aí a queda não parecia tão grande. Em compensação, a outra cachoeira… que coisa mais linda. Não tem muito como descrevê-la. Uma cachoeira de uns 50 ou 60 metros de altura, com uns 5 ou 6 metros de largura. Formava um lago de mais ou menos 15, 18 ou 20 metros de diâmetro, e a água saía por um riozinho de pedras. Lindo. Mas esse “laguinho” que se forma por ali tem algumas cobras. Encontramos duas. Daí acabamos nem entrando na água.

Depois fomos tirar foto “atrás” da cachoeira. Sabe aquelas cachoeiras de desenho animado que você entra por trás delas? Pois é, tinha uma trilha até lá. Era meio difícil chegar até aquele ponto, pois tinha muito barro e as pedras eram muito lisas. Mas valeu a pena. Atrás da cachoeira tinha um abrigo de uns 4 metros de largura por 2 de profundidade (para dentro da cachoeira). Só não dava para deixar a água cair em você: além de muito gelada, os pingos grossos pareciam cacos de vidro caindo nas nossas costas. Mas e daí? Quando voltaremos para lá, né?

Tibagi é muito legal, e ainda tinha muita coisa para conhecer por lá, só que não dava tempo. Que pena. Mas a gente volta, com certeza. Ano que vem, daqui há dois anos… sei lá.

Ah, ainda ali na cidade, fomos num pequeno mirante para ver Rio Tibagi. Daí encontramos um senhor que estava acompanhado de duas mulheres e começou a conversar com a gente, perguntou de onde a gente era, onde a gente estava, o que estávamos achando da cidade, etc. Depois de um tempo o Milton perguntou se ele era de lá, e ele respondeu: “Sim, eu sou o prefeito”. kkkkkkkk

Na volta passamos no mercado e compramos carne. A noite teve macarrão (macarrão mesmo, não miojo. Uauuu…) e ainda fizemos uns filézinhos na fogueira. Muito massa. O vento que atrapalhou um pouco. Ventava demais durante a noite. Da dia, muito sol e muito calor. De noite esfriava demais e ventava muito forte.

Enfim, nesta segunda noite jantamos e fomos para Tibagi novamente. Não tinha muita coisa por lá. O pessoal estava reunido numa rua principal, os carros com o porta malas aberto, cada um ouvindo seu som… Me lembrou muito aquele ambiente de praia, tipo Carnaval em São Francisco do Sul no final dos anos 90… Hehehe… Aí a gente ficou na frente da casa do meu tio ouvindo nosso rock (Metallica, Pink Floyd, Guns) com o meu primo Fabiano e um monte de amigos dele. Uma galera bem gente boa de uns 16 ou 17 anos.

No domingo nem teve café, pois acordamos meio tarde. Fomos direto para o almoço. Saímos do camping lá pela uma da tarde.

Na volta passamos na Lagoa Dourada, considerada uma das quatro furnas do Parque Estadual de Vila Velha. Só que como o terreno é um desnível, esta última furna é um lago. Ela recebe este nome porque as águas ficam douradas no pôr do Sol. Na época era possível passar por ali, parar o carro e conhecer o local. Hoje, é preciso entrar no Parque e a partir de lá conhecer os Arenitos, as Furnas e a Lagoa Dourada.

Passamos ainda no Rio dos Papagaios, ao lado da estrada. Mais a frente, descendo a Escarpa de São Luís do Purunã, paramos no Morro do Cristo. A estátua do Cristo de braços abertos está meio abandonada, mas a vista lá de cima é espetacular. Vale a pena visitar. Fica bem próximo ao pedágio de São Luis do Purunã.

Logo que o sol se pôs, continuamos descendo para Curitiba. Viagem cansativa, mas vale muito a pena. Recomendo demais conhecer Tibagi, o Canion Guartelá, o Parque de Vila Velha, o Morro do Cristo… Enfim, os Campos Gerais tem muitos lugares lindos, que valem a viagem.

Autor: Jorge Luís Bilek.
E-mail: jorgebilek@hotmail.com
Cidade/UF: Curitiba – PR

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Mauricio Oliveira: Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.
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