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Cicloviagem entre João Pessoa e Natal

Quinta-feira, 15/11/01 – primeiro dia.

Acordei às 04:00 da matina, fiz os últimos ajustes do material, comi alguma coisa e fui ao ponto de ônibus ao lado do Estádio Machadão. Cheguei às 05:10, estacionei a bike e esperei Milton e Álvaro. Milton chegou carregando sua bike no trans-bike mas decidiu que iria para João Pessoa mas voltaria andando pelo litoral. Nada de Álvaro. 05:30, o ônibus sai da rodoviária. Nada de Álvaro. O ônibus chega e as pessoas embarcam rapidamente e eu já estou arrancando os cabelos porque Álvaro ainda não apareceu. Milton decide ir e eu, conformado com a falta do meu companheiro de pedal, decido ficar em Natal. Quando o cobrador entra no ônibus o nosso amigo aparece pedalando sua bike como um louco para não perder a viagem. Colocamos as bikes no bagageiro do ônibus e partimos. Ufa!

08:40 da matina. Chegamos em João Pessoa. Descemos do ônibus e fomos a procura de Telmo que prometera nos esperar na rodoviária. Não o encontramos e telefonei para ele. Marcamos em frente ao Hotel Tambaú. Combinamos de encontrar com Milton no Hotel Ouro Branco para ver uma exposição de produtos para ginástica e tomamos nosso rumo. Paramos na Lagoa para comprar filme para a minha máquina e fazer algumas fotos da mesma. Seguimos em direção ao Hotel Tambaú. Encontramos com Telmo e fomos ao Hotel Ouro Branco. Subimos o elevador juntamente com duas senhoras muito elegantes e bem vestidas que “torceram” seus narizes para nosso mal cheiro de suor que estava “brabo” mesmo. Reencontramos com Milton, vimos a exposição e decidimos ir à Ponta do Seixas para em seguida almoçarmos todos juntos em algum lugar a decidir.

Conhecemos a Ponta do Seixas, retornamos e almoçamos juntos uns feijões meio esquisitos preparado pela galera da Barraca dos Atletas. Estava gostoso e muito forte. Novamente nos separamos de Milton e combinamos de manter contato via celular por volta das 18:00. Seguimos – eu, Telmo e Álvaro – em direção à Cabedelo. Paramos na casa de Telmo para reabastecer as garrafas e seguimos adiante. No meio do caminho avistamos algumas ruínas nas proximidades de Intermares. Telmo não conhecia e decidimos ir até lá conferir do que se tratava. Havia uma placa informando que a mesma estava passando pelo processo de “prospecção”, não havia nada disso. O monumento em questão tratava-se, segundo a placa, da ruína da Igreja Nossa Senhora do Nazaré ou Ruínas da Almagre. Apesar do abandono a mesma ainda mantém bastante da sua riqueza escultural e arquitetônica. Fotografamos e seguimos em frente.

Paramos no Forte de Cabedelo, antiga fortaleza semelhante a dos Reis Magos no que diz respeito às finalidades de defesa, localização às margens e na entrada do rio e arquitetura. Estava sendo finalizado o preparativo para a Primeira Festa do Atum. Infelizmente não pudemos ficar pois a mesma se daria ao anoitecer.

Partimos em direção à balsa que faz a travessia do rio…….. de onde nos despedimos de Telmo. Ao chegar a outra margem seguimos em busca de um santuário situado em um alto que Telmo havia recomendado uma visita. Chegamos ao santuário por volta das 16:30. Uma lindíssima igreja onde a fachada é esculpida em pedra calcária. Segundo informações do Sr. Antônio Lourenço da Costa, zelador da área, trata-se do Santuário Igreja de Nossa Senhora da Guia, situado na Fazenda Guia, município de Lucena. Sua construção é datada de 1591 e foi construída pelos portugueses. Aproveitei para pedir autorização ao Sr. Antônio para armar nossa barraca nas proximidades para o pernoite. Qual foi minha surpresa quando o bondoso velhinho nos ofereceu o alojamento destinado aos romeiros. Descemos o monte para pedir a autorização do Frei Luís Fernando para usar o alojamento. Fomos muito bem recebidos e a autorização foi dada sem problemas.

Subimos novamente o monte, nos instalamos e em seguida liguei para Milton informando-lhe onde estávamos e convidando-o para dormir conosco no Santuário. Voltamos à Costinha onde jantamos e encontramos com Milton e fornecemos as coordenadas para que ele chegasse ao Santuário. Como estávamos de bike chegamos primeiro mas logo em seguida nosso amigo andarilho também chegou. A noite transcorreu normalmente entre ciclo-sonhos com almas e cobras.

Sexta-feira, 16/11/01 – segundo dia.

Milton acordou por volta das 04:30 da matina. Arrumou suas tralhas, pôs a mochila nas costas e seguiu seu rumo. Combinamos de voltar a falar ao celular as 18:00. Eu e Álvaro levantamos, também arrumamos nosso material e encontramos com o Sr. Antônio para conhecer o interior da belíssima Igreja da Guia. Após outra sessão de fotos e muito papo descemos o monte, paramos na casa do Sr. Antônio para o melhor café-com-pão da minha vida e, após agradecer pela excelente receptividade, retomamos nosso caminho por volta das 08:30 am.

Pedalamos por um longo tempo em calçamento desviando de carros e mexendo as mãos para diminuir a dormência causada pela trepidação. Por fim pegamos uma estrada de barro que nos levou até a praia. A partir daí pedalamos pela areia até chegarmos rio Miriri entre Lucena e Oiteiro. Água um pouco abaixo do peito e muita correnteza Um ciclista da região apareceu em sua barra forte e tentou nos ajudar tentando atravessar (sem a bike) o rio. Juntamente com ele, Álvaro tentou vários pontos mas todos pareceram muito arriscados. Para nossa salvação apareceram dois bikers de João Pessoa que estavam passeando de bugre e nos deram a excelente dica para que voltássemos uns 400 m e subíssemos a barreira de areia até chegar a uma enorme gameleira que tem seu tronco “literalmente” junto à parede de uma antiga igreja em ruínas. Vocês precisam ver, foi uma das coisas mais linda que presenciei! Valeu o toque Cláudio!

Havia uma galera acampando ali. Trocamos algumas idéias, tirei milhões de fotos e seguimos um caminho indicado pelos campistas que nos levaria a uma canoa que poderia fazer a nossa travessia. Fizemos a travessia temerosos pois o garoto que estava no remo havia tomado umas-e-outras e, para completar, tinha cara de poucos amigos. Pagamos R$2,00 pelos seus préstimos embriagados. A partir desse ponto pedalamos por um dos melhores trechos: um longo estradão de barro bastante firme sobre altas falésias de onde pudemos vislumbrar um lindo litoral. Também vimos muitas pessoas acampando durante esse trecho.

Paramos em Campina para o almoço por volta das 12:30. Exceto o café com pão na casa do Sr. Antônio, nada mais havíamos comido até então. O que me rendeu uma boa indisposição e dor de cabeça. Nos refrescamos em uma maravilhosa ducha e almoçamos uma excelente comidinha caseira. Retomamos o pedal aproximadamente às 14:30 e seguimos por estrada de barro em direção a Barra de Mamanguape para uma outra travessia de canoa, mas dessa vez bem mais extensa.

Ao chegarmos próximo a barra fomos abordados por dois rapazes que “se ofereceram” para nos atravessar pelo gentil pagamento de uma tachinha simbólica de R$25,00. Tremendo absurdo. Após muita negociação acertamos a travessia por R$12,00. Ainda caro, mas estávamos nas mãos do canoeiro. Ou ele ou nada. Fazer o que?!

Para nossa sorte, Tonho, o canoísta, era muito gentil e prestativo. Nos falou sobre o projeto de proteção dos Peixes-boi desenvolvido na barra. Tem acesso aos turistas com exposição de vídeos, vendas de camisetas, adesivos e chaveiros para ajudar nas pesquisas e também um passeio de canoa até o local onde se encontram dois espécimes em cativeiro. Também nos falou das suas táticas para “espiar os lances” das turistas menos desavisadas quando estas estão apenas de biquíni sentadas de frente para ele em sua canoa. Atenção garotas, cuidado com o Tonho da Barra do Mamanguape.

Descemos na margem oposta e tivemos que pedalar sobre paredes de viveiros de camarões. Uma nova modalidade de ganhar dinheiro destruindo os manguezais aqui no Nordeste. E olha que os manguezais são áreas de preservação permanente. Imaginem se não fossem. Com a palavra o IBAMA. E existe isso mesmo?

Seguimos em direção a Baía da Traição. Passamos por um trecho de área indígena que de índio não tem nada e chegamos a Baía da Traição onde Álvaro teve o pneu traseiro furado de frente ao posto de gasolina. Que cara sortudo! A cidade estava um inferninho: um trio-elétrico fazendo muito barulho, trânsito caótico e muita gente de porre. Tomamos um caldo de cana e rapidamente fugimos para lugares mais calmos. Tomamos outra estrada de barro e passamos novamente por outras áreas indígenas, mas dessa vez mais organizados. Paramos para comprar algum artesanato feito pelos índios e conhecemos o índio Potiguar Antônio Cícero da aldeia Galego. O quarto Antônio até aqui! Êta nome popular!

Como já era tarde – algo em torno de 17:00 – ficamos alertas para um bom local para armar nossa barraca. Vimos uma placa que indicava o caminho para a Lagoa Encantada. Precisávamos urgentemente parar para aproveitar o restinho da luz do dia e também para tomar banho pois já não agüentávamos mais nossos próprios cheiros, ou melhor, mal cheiros. Seguimos nessa direção e encontramos a tal lagoa entre um lindo vale. Armamos a barraca as margens da mesma de frente para uma cruz que indicava que alguém havia morrido próximo dali. Provavelmente afogado. Ai, ai, ai, mais almas!

Armamos a barraca, prendemos as bikes a uma árvore, tomamos banho e jantamos uma mistura caseira feita por Álvaro que tem como base doce de banana, mas que, devido aos “aditivos” acrescentados por ele, deu para matar a fome. Tentei contato através do celular com Milton mas não havia sinal na área onde estávamos. A partir daí não o encontramos mais.
Por volta de 1:30 da madrugada sou acordado por Álvaro que dizia ter ouvido vozes. Pronto, o defunto da cruz próximo a barraca estava conosco! Ficamos escondidos fora da barraca por uma hora para ver se aparecia alguém. Se ficássemos dentro seríamos alvos fáceis para uma possível investida de ladrões. Finalmente, após convencidos de que nada mais de estranho haveria de acontecer naquela noite, voltamos a dormir na barraca. Ufa!

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Sábado, 17/11/01 – terceiro dia.

Acordamos às 05:00 da matina. Desmontamos tudo, novamente comemos o doce energético de Álvaro e seguimos voltando pelo caminho que fizemos para chegar até a lagoa. Para nossa sorte vinha um índio em sentido contrário que nos guiou pelo melhor caminho até a próxima travessia de rio, dessa vez em Barra de Camarajuba. Esperamos alguns minutos até que os balseiros viessem nos atravessar. Apesar da travessia ser feita em uma balsa com capacidade para suportar um carro, pagamos apenas R$2,00 por cabeça.

Paramos por volta das 09:00 h em Camarajuba para o café da manhã onde comemos um cuscuz tão seco que entalava na garganta. “Mas estava gostoso”! Seguimos nossa viagem por uma estrada de barro procurando chegar até a entrada de uma mineradora multinacional para tentar permissão para atravessar sua área até a barra do Rio Guaju para mais uma travessia. Cometemos o erro de sair da estrada principal para tentar cortar caminho por um canavial. Um desastre! Ficamos meio perdidos por um tempo e acabamos voltando para a estrada que sairíamos se tivéssemos continuado pela principal. A PB 065.
Paramos em uma fazenda de criação de cavalos para pedir informações e reabastecer a água que consumimos dentro do canavial. Em seguida seguimos pela mesma PB 065 até o portão da mineradora. Falamos com o porteiro Severino das nossas pretensões e ele consultou sua autoridade superior que nos permitiu o acesso. Fomos até o escritório da empresa onde conhecemos o encarregado do dia – coincidentemente um natalense vizinho de Álvaro. Fomos escoltado até a praia por um carro da empresa.

Chegamos a barra do Rio Guaju. Para felicidade dos nossos “bolsos” essa travessia deu para fazer a pé. Fomos abordados por um casal de repórteres de Natal que tirou algumas fotografias dos seres fora do contexto litorâneo, nós. Atravessamos o rio e seguimos pela praia até Sagi, a primeira localização habitada após passar a divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte. Paramos para beber alguma coisa em um bar as margens da praia decorado em estilo rústico, muito bonito e freqüentado por turistas levados pelos bugreiros que fazem passeios pelo litoral sul do estado.

A partir daí o nosso destino era entrar na Mata da Estrela em Baía Formosa para fazer algumas trilhas dentro da mata já demarcadas e muito utilizadas por bikers e trekkers. No entanto cometemos o erro de não ter pedido informação para saber onde era a entrada da trilha. Aí fomos no “achômetro”. Desastre total! Seguimos empurrando nossas bikes por longas subidas de areia embaixo de um sol escaldante até que, enfim, chegamos a Lagoa da Coca-cola que tem esse nome devido ao tom escuro avermelhado de suas águas provenientes da decomposição de matéria orgânica. Aproveitamos para nos refrescar até que apareceu um bugreiro que nos indicou o caminho a seguir.

Entramos na Mata da Estrela e pegamos uma trilha fantástica, estreita entre as enormes árvores da mata atlântica ainda preservada. O solo recoberto de folhagens oferece o sustento necessário para que os pneus não afundem na areia. Seguimos por essa trilha desviando de galhos e passando sobre troncos caídos até chegarmos a próxima clareira que, na verdade, trata-se de uma lagoa seca. Entramos novamente na mata. Mais uma clareira e decidimos seguir por um caminho marcado através das gramíneas por algum veículo. Faltava pouco mais de uma hora e meia para escurecer e não queríamos estar dentro da mata fechada.

Pedalamos mais um pouco até encontrarmos um longo trecho de areia que se estenderia até o lixão de Baía Formosa e à RN 062 que leva a esta última localidade. Nesse trecho tomamos os últimos goles de água e a desidratação aliada a fraqueza causada pela falta do almoço já mostrava seus claros sintomas.
Chegamos em Baía Formosa por vota das 17:00 e logo providenciamos água e alimento. Almoçamos em um pequeno restaurante de propriedade do mesmo dono da pousada onde ficamos. Álvaro ainda saiu em busca de hospedagem na casa da prefeitura mas não encontrou as pessoas responsáveis. A noite, após reidratados, alimentados e limpos fomos passear pela cidade onde aproveitamos para bater um bom papo com moradores locais sobre a nossa aventura. Comemos ainda dois abacaxis e mais algumas bolas de sorvete.

Fomos dormir por volta das 22:00 ainda sem sono uma vez que ainda estávamos muito ativos.

Domingo, 18/11/01 – quarto dia.

Acordamos por volta das 06:00 h da matina e ao abrir a porta do quarto verifiquei que o pneu dianteiro da minha bike havia furado. Providenciei o remendo e em seguida arrumamos nosso material. Não estava me sentindo muito bem nesta manhã. Creio que ainda era conseqüência do dia anterior. Tomamos café um pouco tarde, 08:00 h. Pagamos a pousada e novamente pusemos a bike na estrada, ou melhor, na praia. Como não havia acesso paralelo ao litoral – teríamos que pedalar pela BR 101 até Baía Formosa – pois um grupo japonês comprou a área por onde passa a estrada e não mais permite a passagem de estranhos, fomos obrigados a seguir pela praia até Barra de Cunhaú. Apesar da brisa marinha eu suava exageradamente pois ainda não havia me recuperado do dia anterior.

Chegamos a Barra de Cunhaú e enquanto esperávamos a balsa repousei por alguns minutos sob a sombra de uma palhoça. Tomamos a barca – R$1,00 por cabeça – e ao chegar a outra margem providenciei minha recuperação definitiva: tomei uma boa chuveirada, preparei soro caseiro com água, açúcar e sal e tomei água de coco. Após 40 min estava recuperado e partimos para Cibaúma por uma estrada de barro sobre as falésias. Foi um dos melhores trechos. Estávamos no alto de onde víamos todo o litoral. Paramos algumas vezes para fazer fotos e cruzamos com bastantes veículos que vinham de Pipa.

Chegamos a Pipa pelas falésias e rapidamente cruzamos a cidade. Paramos apenas para tomar água de coco. Saindo de Pipa seguimos por asfalto até Barra de Cunhaú. Paramos novamente para tomar caldo de cana e novamente encher as caramanholas. Seguimos para a barra onde pegamos a balsa. A praia já estava enchendo e não podíamos perder tempo para não perder a passagem pelo litoral até Barreta.

Liguei para Ylka e tivemos a boa notícia de que havia uma recepção nos esperando em Tabatinga. Mais 40 min e estávamos chegando na casa da família de Álvaro onde éramos esperados por amigos e familiares. Todos comemoraram nosso pequeno feito. A partir daí achamos melhor aceitar uma carona até Natal. Faltava algo em torno de 40 km de asfalto com muito trânsito e motoristas imprudentes e provavelmente alcolizados.
Ao todo pedalamos 213 km em quatro dias. Foi uma experiência fantástica. Visitamos lugares lindos, conhecemos muitas pessoas e fizemos novos amigos. O que mais nos chamou a atenção durante todo o trajeto foi o fato de tudo o que aconteceu conosco dava certo. Os caminhos errados que tomamos acabavam nos levando a um lugar muito bonito ou a conhecer novas pessoas e monumentos. Até a chuva só chegava no momento em que acabávamos de encontrar abrigo. Coincidência? Prefiro ilustrar com o trecho de um livro de Paulo Coelho que diz mais ou menos assim:

“…quando desejamos muito alguma coisa e lutamos por ela, todo o universo conspira a favor…”

Autor: Clebson Pereira de Melo.
E-mail: [email protected]
Cidade/UF: João Pessoa – PB

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Escrito por Mauricio Oliveira

Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

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