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Viagem ao Conjunto Marumbi – Paraná

Nesta matéria mostrarei um pouco de um belo lugar para se acampar ou passar um dia gostoso sozinho ou acompanhado e vou contar um pouco de minha experiência no primeiro contato com esta linda região. O lugar em questão é o Parque Estadual do Marumbi que está localizado no coração da serra do mar Paranaense, com 2.342 hectares de área preservada. Mais conhecido como Conjunto Marumbi, o berço do montanhismo no Brasil. Ali encontram-se formações que vão de 625m a 1539m de altitude.

Existem formas variadas de se chegar ao parque e relacionarei todas no final do relato. Nós optamos por uma forma barata, mas que exige um pouco de disposição. Partimos de Curitiba de ônibus, pela estrada da Graciosa até chegar em Porto de Cima, região de Morretes. A partir dali foram alguns km percorridos a pé com um pouco de peso nas costas, caminhando por uma estrada de terra que segue paralela ao rio Nhundiaquara em quase toda sua extensão.

Depois de algumas horas divididas entre a caminhada e algumas paradas, tanto para descansar quanto contemplar uma bela paisagem, chegamos na Estação Engenheiro Langue. É chegada a hora de largar as mochilas e admirar um pouco da formação de montanhas, que parecia tímida e escondia uma parte de seu conjunto em meio às nuvens. A partir dali apenas alguns metros que nos separavam da Estação Marumbi, que é a base do parque, percorridos por uma trilha tranqüila de pedras, em meio à mata.

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Ao chegar no parque, o primeiro passo foi fazer o cadastro na sede do IAP (Instituto Ambiental do Paraná). Este cadastro é essencial para que o IAP possa, não só controlar o número de visitantes no parque, mas também trabalhar em prol da segurança do visitante, tanto na área de camping quanto em possíveis operações de salvamento em montanha com o auxílio do Cosmo (Corpo de Socorro em Montanha – grupo de montanhistas voluntários que se dedicam à preservação da área e segurança dos visitantes).

Após o cadastro era a hora de arrumarmos a nossa barraca, que seria nossa aconchegante “casa de campo” pelos próximos três dias. Claro que é impossível caminhar até o camping e não parar pra admirar a vista do conjunto de montanhas do Marumbi, que naquele momento nos dava as boas vindas. A vista é maravilhosa de qualquer posição que esteja, sendo no camping, na estação ou no mirante.

Depois de montar a barraca, é hora de esperar o toque feminino na arrumação interna da “casa de campo”. É impressionante como no final cabem muito bem os dois isolantes, sacos de dormir, mochilas e ainda sobra algum espaço. Como dizem, é a tal organização e paciência que nós homens definitivamente não temos quando acampamos sozinhos. E vale uma dica muito importante: Caso esteja acompanhado você nunca, jamais, em hipótese alguma deve entrar de tênis na barraca. Isso pode lhe causar sérios problemas (rsrsrs).

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O camping é bem estruturado sem pontos de possíveis “alagamentos” e possui banheiros com chuveiro de água quente. Na parte externa dos banheiros, existem pias onde é permitido utilizá-las para fazer as refeições.

Neste primeiro dia ainda nos sobrou um pouco de tempo para “lavar a alma” nas águas cristalinas das piscinas que se formam próximo a estação, no chamado “Cemitério dos Grampos”.

O dia chega ao fim e como não podia deixar de ser, tivemos uma noite maravilhosa de chuva. Um clima perfeito para dormir muito bem, ao som das gostas d’água sobre a barraca e um friozinho muito bem aceito. Claro que o ronco de nosso amigo na barraca da frente atrapalhou um pouco, mas é um detalhe que faz parte da brincadeira.

Acordamos bem cedo e para nossa alegria, fomos presenteados com um dia lindo, com muito poucas nuvens no céu. O dia perfeito para subirmos até o ponto mais alto do Abrolhos, montanha com 1.200m de altitude, que planejávamos conhecer naquele dia.

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Pode-se dizer que a trilha tem um nível de dificuldade médio, principalmente por seu início, onde a subida é bem acentuada e exige um pouco de preparo de quem se propõe a fazê-la. Existem muitos trechos escorregadios que merecem bastante atenção. Mas sempre existem cordas, correntes e ou degraus como auxílio.

Em vários momentos fomos obrigados a parar e em muitas destas paradas o motivo é óbvio… a vista de qualquer ponto da montanha é belíssima. Existem trechos onde é impossível resistir e temos que parar por alguns minutos. Sobre estes locais, não existem palavras que definam com exatidão o que cada um sentia.

Vale a dica para levar uma boa reserva de água. Caso não tenha este cuidado, existe um ponto onde é possível encher a garrafa para continuar a caminhada. Se optar em tomar água geladinha ali mesmo na “fonte”, também é possível, mas você terá que fazer algum “malabarismo” e com certeza será um bom alvo de fotos e gozações futuras.

Depois de aproximadamente 3 horas de caminhada chegamos ao ponto mais alto da montanha. O prazer que aquela vista nos proporcionou, com certeza compensou qualquer esforço e gota de suor derramada. Ali sentados conseguíamos ver, ao leste o litoral do Paraná e ao norte boa parte da serra do mar e suas formações, bem como toda a formação de montanhas que compõem o Conjunto Marumbi.

Ficamos ali sentados durante umas duas horas, talvez mais ou menos. Não sei exatamente o tempo que dispensamos àquele lugar. Só posso dizer que se você leitor, se propuser a estar neste local, o que menos vai importar será o tempo, pois ali você esquecerá completamente deste detalhe e a única coisa que vai querer é se acomodar diante daquela imensidão, relaxar seu corpo e sentir o sopro de Deus em forma de vento, passando por seu corpo e lhe “transportando” a um estado de realização inexplicável.

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Energias renovadas é chegada a hora de voltar. A trilha de volta foi muito tranqüila, sem nenhum imprevisto. Quando estávamos próximos a estação, fomos surpreendidos por uma garoa gostosa, que não tirou nossa animação e mais uma vez terminamos o dia nas águas cristalinas do “Cemitério dos Grampos”.

À noite de sábado também foi bastante chuvosa e depois de um dia cheio de atividade, era o que realmente queríamos para dormir tranqüilos. Acordamos tarde no domingo, com o dia fechado, mas ainda aproveitamos algumas cachoeiras nas proximidades da estação, depois retornamos para preparar algo pra comer e esperar o trem que nos levaria até Curitiba.

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Já na estação prontos pra partir, a montanha nos da um ultimo presente, aparecendo rapidamente em meio a névoa que a cobria. Todos ali paralisados, contemplando os últimos momentos naquele lugar mágico. Um cenário que merecia ser registrado.

Espero que através destas linhas e fotos, eu consiga despertar em vocês a vontade de passar ao menos um dia neste local. Lembrando sempre que o respeito com a natureza é sempre necessário. No Marumbi não é permitido acampar fora do camping, fazer fogueira e todo o lixo gerado durante sua estada no parque, deve ser guardado em uma sacola e este retornará com o visitante, não podendo ser depositado no parque. Esta consciência sempre deverá existir entre os visitantes.

Bom passeio a todos…

Como chegar:

Partindo de Curitiba tem as seguintes opções. Ir até Morretes, de ônibus ou de carro e chegar até Porto de Cima. Quem vai de ônibus, tem um horário via estrada da Graciosa, que sai às 7h45 da manhã, o único horário. É só pedir pra parar em Porto de Cima. Se perder este horário, conseguirá apenas o ônibus via BR277 e irá parar na rodoviária de Morretes. A partir daí, você terá que buscar uma condução até Porto de Cima.

Uma vez em Porto de Cima, segue a pé até Engenheiro Langue, sempre seguindo pela estrada principal. Depois passa para a estação do Marumbi por uma trilha, que se inicia mais ou menos 50 metros à direita da estação, depois do trilho.

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Se estiver de carro, pode-se deixar o carro em Engenheiro Langue e seguir a pé dali. Mas não é aconselhável tentar chegar em Engenheiro com carro de passeio. No caminho existem muitos pontos com pedras altas em subidas e aconselha-se somente seguir se estiver com carro apropriado para o terreno.

Outra opção é através do caminho do Itupava, ou seja, fazer o caminho todo a pé, partindo da região metropolitana de Curitiba e chegando na estrada que liga Porto de Cima ao Marumbi. É um passeio muito bonito, mas aconselha-se estar com um bom condicionamento físico.

A última opção e mais cômoda, é pegar o trem que sai de Curitiba as 8h00 da manhã e descer exatamente na estação do Marumbi. São aproximadamente 2 horas de viagem e o visitante poderá contemplar toda a beleza da serra do mar.

Antes de viajar, informe-se sobre os valores. Você pode viajar na classe econômica, pagando em torno de R$ 20,00 ou pode optar por algo um pouco mais “luxuoso”, por um valor aproximado de R$ 100,00. A vista é a mesma e fica a critério de cada um a escolha. O trem de volta para Curitiba passa na estação do Marumbi por volta de 16h00.

Autor: Márcio Trindade
E-mail: [email protected]

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Escrito por Mauricio Oliveira

Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

2 Comentários

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  1. Parabéns pelo relato. Pretendo conhecer a região no mês de julho de 2018, e as informações certamente serão muito úteis.
    Obrigado

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