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Raflésia: as plantas-cadáver das selvas de Bornéo

As florestas de Bornéo são algumas das mais biodiversas do planeta. De acordo com o WWF, a ilha tem estimativas de ter pelo menos 222 espécies de mamíferos (44 dos quais são endêmicos), 420 pássaros residentes (37 endemicos), 100 anfíbios, 394 peixes (19 endemicos), e 15.000 plantas (6.000 endemicas) – mais de 400 das quais tem sido descobertas desde 1994. Pesquisas tem encontrado mais de 700 especies de árvores em um lote de 10 hectares – um número igual ao número total de árvores no Canadá e nos Estados Unidos juntos.

Uma das flores mais exóticas do mundo pode ser encontrada por lá.
Conheça as Raflésias: as plantas-cadáver.

Raflésia é o nome comum dado às plantas parasitas do género Rafflesia, da família das rafflesiáceas, que ocorrem nas selvas do Bornéu, Samatra, Kalimantan e outras regiões da Indonésia, e ainda na Malásia, Tailândia e Filipinas. O género Rafflesia foi descrito pela primeira vez em 1819 por Robert Brown e contém de 15 a 19 espécies, incluindo quatro espécies cuja taxinomia é mal conhecidas e algumas aparentemente extintas. Tem a sua distribuição circunscrita ao sueste asiático e ilhas próximas.

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Vivendo presas ao caule ou raízes de árvores, estas plantas parasitam preferencialmente as plantas do género Tetrastigma, da família das vitáceas. As suas raízes, transformadas em filamentos endófitos semelhantes ao micélio de um fungo, penetram profundamente nos tecidos do caule e raíz da planta hospedeira, da qual extraem os nutrientes de que a raflésia necessita para o seu desenvolvimento. Durante a maior parte da sua existência a raflésia reduz-se a feixes de tecidos intercalados entre os tecidos da planta hospedeira, apenas emergindo do seu ritidoma quando forma o gomo que origina a flor. A flor pode demorar até 10 meses para atingir a maturação, permanecendo aberta apenas durante algumas horas ou dias.

Lista de espécies

  • Rafflesia arnoldii
  • Rafflesia cantleyi
  • Rafflesia gadutensis
  • Rafflesia hasseltii
  • Rafflesia keithii
  • Rafflesia kerrii
  • Rafflesia manillana
  • Rafflesia micropylora
  • Rafflesia patma
  • Rafflesia pricei
  • Rafflesia rochussenii
  • Rafflesia schadenbergiana
  • Rafflesia speciosa
  • Rafflesia tengku-adlinii
  • Rafflesia tuan-mudae
  • Rafflesia borneensis*
  • Rafflesia ciliata*
  • Rafflesia titan*
  • Rafflesia witkampii*

* Espécies com estatuto duvidoso

As raflésias são compostas quase totalmente pela sua flor, considerada a maior do mundo, já que não têm folhas e o seu caule está reduzido a um curto segmento não ramificado, uma simples cúpula basal, que suporta directamente a flor. A flor é gigantesca, podendo esse órgão medir numa planta adulta entre 60 cm (Rafflesia hasselti) e 106 cm (Rafflesia arnoldii) de diâmetro, pesando entre 7 kg e 10 kg. Mesmo a espécie que produz a flor mais pequena do género, a R. manillana, produz flores com mais de 20 cm de diâmetro. As flores têm formato circular, com cinco pétalas. A cor das pétalas varia do rosado ao vermelho vivo, salpicada de manchas brancas.

Para se reproduzirem, as raflésias emitem um forte odor a carne putrefacta, o que atrai os insectos responsáveis pela polinização. Esse cheiro nauseabundo leva a que o nome local da planta possa ser traduzido por flor-cadáver ou flor-carne. O fruto é comido por alguns mamíferos da floresta.

A espécie Rafflesia arnoldii produz a maior de todas as flores conhecidas. Foi descoberta em 1818 na floresta tropical húmida da Indonésia por um guia local que trabalhava como colector para o botânico britânico Joseph Arnold. O nome Rafflesia foi atribuído em honra de sir Thomas Stamford Raffles.

A título de comparação, a maior inflorescência conhecida é produzida pela palmeira da espécie Corypha umbraculifera, sendo que a maior inflorescência não ramificada é produzida pelo jarro-titã, a espécie Amorphophallus titanum, da família das Araceae.

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A Raflésia é a flor oficial do estado de Sabah, na Malásia, e da província de Surat Thani, na Tailândia.

Risco de Extinção
Florestas ameaçadas em Bornéo

Bornéo, a terceira maior ilha do mundo, já foi coberta com densas florestas úmidas. Com o litoral pantanoso franjadas com florestas de mangezais e interior montanhoso, muito do terreno era virtualmente intransitável e inexplorado. Os Headhunters governaram as partes remotas da costa da ilha até um século atrás.

Nos anos 80 e 90 Bornéo submeteu-se a uma notável transição. Suas florestas foram niveladas em uma taxa nao paralela na história humana. As Florestas de Borneo foram para países industrializados como o Japão e Estados Unidos na forma de móveis de jardim, resmas de papel e palitinhos. Inicialmente a maioria da madeira era retirada de parte da Malásia, parte da ilha nos estados do norte de Sabah e Sarawak. Outras florestas na parte sul de Borneo, uma área pertencente à Indonesia e conhecida como Kalimantan, se tornou a fonte primária de madeira tropical. Hoje as florestas de Bornéo são uma sombra daquelas lendárias florestas e as que ainda restam são altamente ameaçadas pelo mercado emergente de biocombustíveis, especificamente, óleo de palma.

O óleo de palma é a semente mais produtiva no mundo. Um único hectare de palmeiras pode render 5.000 kilogramas de óleo cru, ou quase 6.000 litros de petróleo bruto, tornando a plantação notavelmente lucrativa quando cresce em larga escala – um estudo que olhou plantações de 10.000 hectares sugere uma taxa interna de retorno de 26 por cento anualmente. Com tal, vastas áreas de terra estão sendo convertidas para cultivo de palmeiras. O cultivo se expnadiu na Indonésia de 600.000 hectares em 1985 para mais de 6 milhões de hectares no começo de 2007, e é esperada que se alcance 10 milhões de hectares até 2010.

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Apesar dessa visão geral, recentemente tem havido algumas notícias positivas a respeito da conservação em Borneo. Em Fevereiro de 2007, os governos de Brunei, Malásia e Indonesia concordaram em proteger aproximadamente 220.000 quilometros quadrados (85.000 milhas quadradas) de floresta tropical no tão chamado “Coração de Borneo”. O grupo ambiental WWF foi particularmente ativo no estabelecimento da área protegida.

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Escrito por Mauricio Oliveira

Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

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