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Muita aventura na Travessia Petrópolis – Teresópolis (RJ)

A Travessia

A travessia Petrópolis-Teresópolis, localizada na Serra dos Órgãos – RJ, é a mais tradicional do país, tem 30 km de beleza indiscutível. Praticamente todo o tempo, estaremos subindo ou descendo montanhas com visuais magníficos e para todos os lados onde se olha é um cartão postal.

1o dia:

Dormimos em Teresópolis. Após um banho matinal (depois desse, o próximo banho seria daqui a 36 horas!!) fomos de carro até Petrópolis e o deixamos numa pousada perto do terminal de Itaipava. De lá, fomos de bus até a entrada do parque. Neste caminho deixei cair o GPS novinho, virado com a antena para baixo. Nããããããooo !! quebrei o GPS, provavelmente foi a antena. Não sei se ficava mais triste por não ter GPS pra nos guiar ou pelo desapontamento do Rê, que olhava pra ele como se fosse brinquedo quebrado… Com ou sem GPS tínhamos que seguir caminho, torcendo pra Deus nos guiar. Sabíamos que o primeiro dia era fácil pra navegar, com trilha bem batida e carta topográfica em mãos, seguimos adiante.

Entramos no parque (R$ 10,00 por pessoa, por dia) e trilha já começa linda, com formações muito altas desde o início e vão aparecendo outras maravilhosas ao longo da travessia. Passamos pela Pedra do Queijo, e mais adiante, após 3h30 de caminhada, passamos pela Pedra do Ajax, um lugar onde há água e é possível acampar (mas é proibido).

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Por um bom trecho as subidas são suaves, até que se chega a subida da Isabeloca (dizem que é uma homenagem à Princesa Isabel, mas eu duvido que ela tenha subido aquilo!!), daí o bicho fica feio! Em compensação era a última do dia e no alto vemos os maravilhosos Castelos de Açu, iluminado por uma luz alaranjada do sol que estava quase para se pôr e ao fundo um céu azul lindo. Chegando lá, havia outras pessoas acampadas, às quais nos unimos. Em pouco tempo, a noite caiu e a temperatura despencou, até porque esquentamos o corpo na subida e de repente paramos. Colocamos roupa sobre roupa, 3 blusas de moleton, 3 calças, 3 meias, gorro e luva – praticamente tudo o que tínhamos na mochila. Montamos a barraca e já nos preparamos pra fazer uma sopinha quente. Meu nariz ficou vermelho e os dedos do pé ficaram anestesiados e duros de frio.

Era uma escuridão quase completa se não fossem as luzes lindas da Baia de Guanabara que avistávamos lá de cima. Para minha surpresa ainda era 18:30h, mas aparentava ser umas 21h, de tão escuro e frio.

À noite, como tinha de ser, passamos frio! Por mais que estivéssemos usando camadas e mais camadas de roupas, trocado o saco de dormir para 10o, dormindo abraçados, mais uma vez passamos frio!! E não dava pra se encolher muito porque embaixo da barraca estava cheio de caroços de pedra e touceiras de mato. Ai ai… cada programa de esquimó! Teve alguém que contou que acordou no meio da noite com vontade de fazer xixi e não tinha como sair da barraca, aí teve a luminosa idéia de guardar o líquido numa lata de Nescau e jogar fora no dia seguinte (por sorte era homem, então tinha como mirar a latinha).

2o dia (07/07/07):

Acordamos antes do nascer do sol, com a cantoria de algumas pessoas e a voz alta de alguém que falava assim “Olha só que maneiro! congelou a barraca !!”. Congelou a barraca?? A nossa também!! As gotas de orvalho estavam congeladas no tecido, meu tênis que ficou pra fora também, o mato também !! Vixe !! fez frio mesmo! Ainda bem que só descobrimos isso ao amanhecer.

Tiramos várias fotos da imensa beleza que é o amanhecer na Serra dos Órgãos, enquanto isso, tomávamos um pouco de sol para esquentar. Recomendamos os Castelos de Açu para acampar, pois é local que tem água, a vista é linda e tem várias áreas planas para montar a barraca.

Hora de desmontar acampamento e preparar o café da manhã (leite com Nescau e granola). Antes disso, resolvi tomar um “banho” com lencinhos umedecidos, pois estava fazendo 24 horas do meu último banho e haveria um longo dia de trilhas pela frente (blerg! poderia se formar uma crosta de sujeira!).

Seguimos viagem com o pessoal que conhecemos e foi muito legal tê-los encontrado. Talvez sozinhos, iríamos ficar confusos em algumas trilhas pouco marcadas sobre a rocha e nos trechos de escalada.

Dos Castelos de Açu, já dava pra ver uma série de montanhas que iríamos subir e descer. A impressão que dá, é que vai levar uns 30 dias pra chegar até o final da cadeia de montanhas. Mas garanto que um dia bem caminhado já é suficiente. Sobe e chegamos ao Morro do Marco, desce, tem o Vale do Paraíso – onde encontramos uma mata que parece as de contos de fadas, com nascente, musgos e trepadeiras nas árvores e uma bromelinha de uma cor rosa muito intensa. Sobe o Morro da Luva, desce por umas pedras com corrimão e um pouco mais adiante o elevador !! Em seguida o Morro do Dinossauro, donde se avista a lindíssima vista dos Gigantes, imensas formações rochosas que vale toda a viagem: Pedra do Sino, Garrafão e Dedo de Deus! Simplesmente divino! Continuando a trilha, desce, sobe e desce e chega-se ao Vale das Antas, local também para acampamento e com um riozinho. Ficamos meia hora esperando o restante do grupo chegar, pois a essa hora, algumas pessoas já estavam cansadas ou doloridas. Depois subimos num trecho de vegetação fechada de folhas duras tipo cerrado, e passamos pelo “Dorso da Baleia”. Descemos um trecho com corda e chegamos à trilha do Cavalinho.

Confesso que tive muito medo em vários trechos, porque tenho fobia de altura. O primeiro desafio foi o “elevador”, uma paredona de pedra com degraus de metal que subi sem olhar pra baixo pra não ter noção da altura. Simplesmente subi, sem pensar em nada. Mas esse não era o pior.

Lá na frente, haveria o “Cavalinho”, numa trilha que sobe pela pedra do Sino, que já me deu medo só de olhar lá de baixo. Eu ficava pensando como é que alguém poderia ter coragem de subir por aquela fresta na montanha, e ainda pular uma pedra (que tem que ser pulada como se fosse montar num cavalo, por isso o nome) com um abismo bem à frente! Um pouco antes do Cavalinho, um trecho também estreito, difícil para descer com as mochilas. O pessoal preparou um esquema com cordas e as pessoas desceram uma a uma, sem mochilas. Na trilha da Pedra do Sino, outra escada de ferro, bem menor que o Elevador. Depois é só descida e chegamos ao Abrigo 4. Inicialmente, havíamos planejado de dormir aqui para continuar a trilha no dia seguinte, mas chegamos cedo ainda, por volta das 15h e achamos melhor continuar, até porque já estava muito lotado de gente. De lá até a Barreirinha, final da trilha, era só descida e bem aberta, uns 11 km. A trilha é fácil e dura umas 3 horas, mas um pouco monótona devido à paisagem muito repetitiva.

Chegamos à noite na Barreirinha, bem cansados, parecia que não ia chegar nunca! No final da trilha, não víamos nenhuma luz, além da nossa lanterna, então não tínhamos noção de quanto ainda faltava. Há uma porteira e um estacionamento, onde nos despedimos do pessoal que conhecemos, e de lá uma estradinha de paralelepípedos de 3km até a entrada do parque. Ufa !!! que alegria! Missão cumprida mais uma vez!! Quase beijamos o guarda de tanta felicidade (mas ele era meio bravo)!

Booking.com

Tão cansados, dormimos em Teresópolis no Hotel Várzea, no centro, o primeiro hotel construído na cidade, com quarto e banheiro espaçosos em estilo antigo (pagamos R$ 70,00 por casal, com café da manhã – recomendamos!). No dia seguinte pegamos bus pra Petrópolis, onde estava nosso carro. Terminamos mais uma aventura deliciosa!

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Altimetria
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Caminho + Carta – Portaria Petrópolis – Castelos de Açu
clique aqui para ver maior
 

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Caminho + Carta – Castelos de Açu – Abrigo 4
clique aqui para ver maior
DICAS:

  • Site do IBAMA: http://www.ibama.gov.br/parnaso/
  • Não ir em época de chuvas, pois além de dificultar a caminhada, há o perigo dos raios
  • De Terê p/ Petro: na rodoviária tem bus às 7h, 9h e 12h de manhã, os da tarde não sei os horários e o último da noite é às 19h. Passagem custa R$ 10,05. Fone rodoviária de Terê: (21)2742-2676
  • De Petrópolis para a entrada do parque: do terminal Itaipava, pegar o 600 (Term. Correias) ou 700 (Itaipava), que vão para o terminal Correias. De lá, pegar o 611 (Bonfin)ou 616 (Pinheiral – este é bem melhor, pois pára pertinho da entrada do parque)
  • Leve roupa para muito frio! até no verão é frio pacas lá!
  • O percurso pode ser feito em 3 dias para quem quer ir bem de vagar. Mas também dá para fazer em 1 dia, se estiver com mochila de ataque e chegar cedo à entrada do parque.

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Mais infos…

Aventureiros: Mari e Renato (e mais uns cariocas que encontramos pelo caminho)
Quando aconteceu: 6 e 7 de Julho de 2007

Autor: Mari Mellone e Renato Galani
E-mail: [email protected]
Site: http://br.geocities.com/renato_galani/

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Escrito por Mauricio Oliveira

Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

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