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Fotografando a Água

Fotografar a água. Taí uma atividade que pode dar asas a nossa imaginação, tantas as possibilidades. De um simples reflexo espelhado na superfície de uma pequena poça d’água ao final da tarde, até a imponência de uma grande cachoeira, ou a superfície de um oceano… inúmeras são as possibilidades e resultados, dependendo daquilo que queremos, do cenário e do material que temos para trabalhar.

Explico. Quando saímos para fotografar, tanto podemos nos deparar com a tal poça d’água em nosso caminho, que podemos enquadrar com um zoom, por exemplo, como podemos estar diante de um quadro onde a água ocupa todo a área da imagem ou é uma das partes integrantes, ocupando variáveis quantidades de espaços, mas contribuindo decisivamente para aumentar o impacto da mesma.

Se estivermos diante de uma cachoeira, e tivermos à mão um tripé e uma câmera manual, podemos optar por congelar a água ou deixá-la “escorrer pela foto”, produzindo aquele efeito enevoado, ou “borrado”, tão presentes em calendários de paisagens e livros de imagens de natureza. Para obter o efeito “borrado”, precisamos usar uma velocidade baixa, de modo a permitir que nossa “modelo”, ou seja, a água, escorra diante da objetiva aberta, borrando a porção da imagem que está em movimento. A mesma coisa para riachos, que eventualmente ficam muito bem quando “borrados”. Portanto, se optamos por uma velocidade baixa, precisamos compensar a exposição do filme, diminuindo a abertura no diafragma da objetiva, para permitir que a luz entre durante um tempo maior.

Inversamente, se optamos por congelar a água naquele exato momento, teremos de usar velocidades altas, e consequentemente uma abertura grande, de forma que a película possa gravar a imagem que queremos muito rapidamente, não permitindo que a “modelo” se mova no exato momento do clic.

  • “Borrando” a água – velocidades lentas deixam a água correr em frente ao filme exposto, “esfregando” a água.
  • Congelando a água – velocidades altas pra não deixar a água se mover durante o clic.

Um elemento natural que pode estragar sua opção de borrar aquela cachoeira e gravar um lindo veú branco na película, é o vento. Se houver vegetação por perto e ela for significativa na composição, e se ainda, pior, ela pender de árvores ou de rochas, de forma a balançarem sem parar num dia de vento, você pode estar diante da iluminação adequada, o dia certo, o filme certo, tripé e inspiração, e mesmo assim o vento pode dificultar um pouco as coisas. Se por um lado a água fica linda quando em movimento numa foto, a vegetação não, neste caso. As vezes dá pra abrir mão de parte desta vegetação e isolar um pouco mais a queda d’água, negociando com aquele layout que tínhamos preferido. Mudar o enquadramento, remover parte da vegetação que balança (remover do seu quadro!!!), enfim, há quem possa estragar a festa, mesmo que só um pouquinho.

Muito importante também é ter em mente que tipo de foto queremos para que possamos escolher o tipo de filme mais adequado ao tema. Se você sabe, por exemplo, que irá fotografar uma pequena cachoeira enfurnada na mata, num canto sombrio e com pouca luz, sabe que deverá usar tripé, ou um filme mais rápido, e mesmo assim, dependendo das condições de luminosidade, terá de usar tripé do mesmo jeito. Filmes rápidos dificultam o efeito borrado, pois a velocidade mais baixa conseguida, as vezes, não é baixa o suficiente para borrar a água a contento. Filmes muito lentos podem impedir, por outro lado, que se “congele” a imagem de uma queda d’água em certas condições de luminosidade, exigindo tripé logo de cara, por exemplo.

A melhor pedida para se fotografar cachoeiras é ter filmes lentos e rápidos à mão, e, claro, tripé. Os filmes rápidos são uma opção para maioria dos fotógrafos, que não possuem as caríssimas objetivas de grande luminosidade (ED´s, por exemplo). Dois filmes cromo que eu recomendaria para estes trabalhos são o Velvia ASA 50 e o Provia 400, ambos da Fuji. Tendo essas duas opções de ASA em mãos, você poderá tomar a decisão correta em função das condições de luminosidade encontradas no local e voltadas para a obtenção do efeito desejado. Um dos recursos comuns, quando possível aplicá-lo, é retornar ao local algum tempo depois para fotografar na época certa do ano, ou na hora certa do dia, ou ainda com o filme certo, dependendo da situação. O resultado depende muito do que se busca, e principalmente, da situação que encontramos naquele momento.

Os reflexos nos espelhos d’água, o papel do filtro polarizador, alguns detalhes e sugestões interessantes

Muitas vezes, não percebemos belas superfícies refletidas em lâminas de água, perdendo assim boas chances de conseguir imagens diferenciadas. Eu mesmo folheei numa livraria na Espanha um livro francês cujo tema eram fotos de poças d´água, todas em branco e preto. Quase comprei, mas na hora agá desisti, dando prioridade a outros livros.

No inverno

Nesta época, os finais de tarde ganham um tom mais alaranjado, e isso facilita a obtenção de belos espelhos coloridos e de aparência tranquila. Mais importante do que sair para tirar fotos de finais de tarde e esperar o sol virar aquela bola vermelha para começar a fotografá-lo isolado e de frente, é se abstrair e observar mais detidamente que efeitos ele pode criar na superfície de um lago ou rio. Ou mesmo de uma simples poça d’água.

O uso de um filtro polarizador tanto pode acentuar o contraste de cores em uma foto como também servir para remover parcial ou totalmente os reflexos da superfície da água, em algumas situações. Há casos em que o reflexo está acima do desejado, tirando a atenção do expectador e desviando-a para outros elementos na foto. Aí pode entrar o polarizador, uniformizando um pouco a superfície da água, através das remoção de seus reflexos. Mas normalmente os reflexos são bem vindos nessa hora.

Muitas vezes, desejamos que estes reflexos espelhem coisas que estão imediatamente acima da linha d’água, como árvores, construções etc, para citar um recurso já bastante empregado na fotografia.

Uma boa pedida é registra os arco-íris, belas ocorrências da natureza, quando a luz que atravessa um manto de gotículas de água se decompõe em seu espectro luminoso básico, formando a famosa faixa de sete cores.

Uma boa técnica é enquadrar a água com uma teleobjetiva, buscando uma textura diferente, e o uso de filme preto e branco pode tornar o resultado mais interessante.

Alguns lugares possuem particularidades interessantes, como o charco na Cordilheira do Cáucaso, que recebe águas de degelo das montanhas, com um solo riquíssimo em ferro, que originou a camada vermelha no leito do lago. Nesse caso, fiz com que a superfície da água ocupasse uma área considerável na composição da foto. Imagens como estas nos estimulam a pensar detidamente a fotografia antes de executá-la.

Por João Paulo Mazzilli Costa
Do site Geosfera.com.br

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Escrito por Mauricio Oliveira

Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

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