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Fim de semana em Caratuva, na Serra do Ibitiraquire – PR

A seguir tentarei descrever em algumas palavras um passeio por uma montanha que nos proporcionou momentos maravilhosos e por conseqüência, fotos incríveis. O lugar em questão é conhecido como Caratuva, que leva este nome devido a vegetação característica de nossa serra e que se encontra em abundância no alto desta montanha. O Caratuva está localizado na serra do Ibitiraquire – Pr, com aproximadamente 1.850m de altitude em relação ao nível do mar. É a segunda montanha em altitude do sul do país, ficando abaixo apenas do Pico Paraná.

Mais uma vez estávamos nós, eu e a Lisiane, a companhia que deixa sempre estes momentos muito mais gostosos. Iniciamos nosso passeio no sábado pela manhã, com pouquíssimas nuvens no céu e um friozinho gostoso para nos acompanhar. Um dia típico de inverno na região de Curitiba. Programamo-nos para sair as 9h00 da manhã, mas como eu sou um “pouco” enrolado, pra não dizer lerdo, saímos um pouco mais tarde. Seguimos até a fazenda Pico Paraná, onde tem início a trilha que leva ao Caratuva. Lá chegando encontramos o Dílson, proprietário da fazenda. Fizemos nosso cadastro e ali ficamos por mais uns 30 minutos conversando.

Todos que freqüentam as montanhas da região sabem, é impossível passar pela fazenda sem ter um “dedinho de prosa” com o Dílson, um sujeito simpaticíssimo onde sua receptividade faz o passeio começar ainda melhor. Muito bem! Conversa em dia, algumas fotos da fazenda, abastecidos de água e morrendo de inveja do Rex (cachorro da fazenda – que estava estirado na grama e mal levantava a cabeça quando tentávamos nos despedir dele), começamos a caminhar.

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No início do caminho subimos pelo morro do Getúlio. Caminhamos até o mirante onde paramos um pouco para fotografar e descansar. Chegando ao final do Getúlio a parada foi maior, pois ali descansamos e comemos nosso maravilhoso almoço, composto de pães (bisnaguinha) com patê de presunto e um delicioso suco de laranja para acompanhar. O sol estava convidativo para um cochilo, mas havia um bom trecho pela frente e tínhamos que continuar. Mais algumas fotos e continuamos.

A partir dali a trilha é bem tranqüila. Segue em meio a vegetação rasteira com toda a vista da região, ficando impossível não tirar o olho da trilha para contemplar a volta.

Caminhamos mais um pouquinho até a bifurcação de trilhas. À frente segue rumo ao Pico Paraná ou Itapiroca e à esquerda leva ao Caratuva e seria esta a nossa opção. Tenho que rir nesse momento, pois ao entrar na trilha começamos a descer e logo vem a pergunta: Nós vamos descer mais pra depois subir tudo? (rsrsrs)

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A trilha até o final do Caratuva segue em meio a mata, não havendo pontos de observação, mas o cheiro da natureza e beleza de suas formações encantam. Quem fizer este caminho, vá preparado para pegar uma subida “chatinha”. No meio da trilha encontramos um “tiozinho” descendo. Um senhor muito simpático, mostrando que a idade não é desculpa para não conhecer estes lugares. Logo atrás de nós subia um casal, estavam fazendo um bate-volta na montanha e quando chegam próximos ao Sr ele comenta com o rapaz, dando uma risadinha na seqüência: “Eu ganhei alguns quilos subindo essa montanha, mas acho que você vai perder alguns né,…”. Ao passar por nós o rapaz comenta com a namorada: “Será que o tiozinho me chamou de gordo?” As risadas foram inevitáveis.

Um pouquinho mais de caminhada com a Lisiane me perguntando algumas vezes: “já chegou?” (rsrs),… e lá estávamos nós, fora da mata e cercados por caratuvas a poucos metros do ponto mais alto da montanha. A subida é um pouco desgastante, mas a vista impressiona e faz com que o cansaço seja deixado em segundo plano.

Chegamos no alto do Caratuva mais ou menos 3h30 da tarde. Ao pararmos lá em cima, veio a certeza de que havíamos escolhido o lugar certo para passarmos nosso final de semana. É absurdamente lindo. Para onde se olha você contempla belezas ímpares.

Sentamos próximos ao casal que encontramos na subida e ficamos ali, de frente para o Pico Paraná, imponente e lindo onde a medida que o sol vai se pondo, outras montanhas moldam suas sombras sobre ele como se estivessem se curvando e reconhecendo tamanha beleza.

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Depois de algum tempo admirados com a vista, era hora de montar nossa “casa de campo” e nos prepararmos para o pôr do sol. Nesse momento vem a costumeira pergunta: Quer ajuda?

Claro que, quando uma mulher faz essa pergunta a intenção não é de ajudar, mas sim de apressar e tirar sarro. Ainda mais quando a pessoa que está montando a barraca (eu), demora o dobro do tempo analisando onde irá colocá-la. Mas isso faz parte do passeio e são estes detalhes que o tornam sempre mais gostosos.

Com o acampamento montado, seguimos a procura de um bom lugar para curtirmos o pôr do sol. Descrever este momento é muito difícil. É lindo, é mágico, é fantástico, é viciante,… Ficamos nós sentados sobre uma rocha, à beira da montanha, sendo presenteados com um final de dia onde a única coisa que pode ser feita, é fechar os olhos e agradecer a Deus pela disposição que ele nos dá para presenciarmos esses momentos.

Depois desse belo fim de tarde, como é de costume, voltamos para a barraca e dormimos um pouco para descansar da caminhada. Um bom sono antes da janta, um rizoto muito gostoso que a Lisiane fez por volta de 21h00. Ao sairmos da barraca a noite, fomos recebidos com um céu totalmente estrelado e, mesmo naquela escuridão, era possível admirar as formações a nossa volta, que se exibiam apenas com seus contornos e nos faziam resistir ao frio para ficar admirando.

Voltamos a dormir e por volta de 6h00 da manhã lá estávamos nós, enfrentando o frio fora da barraca esperando o nascer do sol. Não perderíamos aquele espetáculo por nada, pois é simplesmente perfeito. A nossa volta as montanhas começam a ser desvendadas devagar e cercadas por nuvens branquinhas, como se vestissem cada formação com cuidado a espera do momento especial.

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Penso que o sol nasce para todos, mas alguns escolhem observá-lo de um lugar especial,…

Com o sol alto resolvemos dormir novamente, sono que durou até perto de 11h00 da manhã. Levantamos, preparamos nosso café e começamos a arrumar as coisas para a volta. Claro que neste meio tempo eu tinha que aprontar as minhas e ser alvo de mais piadas, como quando derrubei toda a água que já havia fervido para o café e tive que esquentar tudo novamente. Antes de descer houve um tempinho para assinar o caderno do cume e ler algumas pérolas que ali escrevem. Aliás, tomem muito cuidado com o que dizem no alto da montanha. É comum depois de uma longa caminhada, sentarmos próximos a algumas pessoas e ouvirmos frases que você normalmente não diria, mas está tão “fora de si”, que é inevitável ser alvo de gozações por um comentário impensado. Como exemplo o que ouvimos desta vez de uma menina que disse algo mais ou menos assim: “Esse mundo é muito bonito e foi feito em 8 dias”,… 8 dias???? Essas coisas acontecem depois de horas subindo, é inevitável (rsrs).

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A descida foi muito tranqüila, sem nenhum imprevisto. Encontramos algumas pessoas no caminho, alguns subindo, outros voltando de montanhas próximas e todos com o mesmo espírito, a mesma vontade em estar diante de algo lindo, que não nos cobra nada para apreciar apenas nos pede para preservar e respeitar.

Ao chegar à fazenda, mais alguns minutos de conversa com o Dílson e era hora de irmos embora, com lembranças vivas em nossa memória de um final de semana especial em um lugar mágico,… e com a certeza de que logo voltaremos.

Àqueles que desejarem mais informações ou quiserem trocar experiências, fico a disposição através de e-mail. Um ótimo passeio a todos.

Vale lembrar que esses lugares estão ali para todos apreciarem, mas sempre com consciência. O Caratuva tem boa parte da montanha ainda se recuperando de um incêndio que pode ter começado por fogueira ou cigarro. Não faça fogueiras na montanha e se fumar, leve um recipiente para colocar o resto do cigarro. Tenham sempre uma lanterna e pilhas na mochila para qualquer imprevisto, mesmo que não tenham a pretensão de ficar a noite na trilha. Um apito também ajuda muito, em caso de resgate. E sempre que for a algum lugar como este, jamais vá sozinho sem conhecer a região. Para sua segurança, sempre tenha ao lado alguém com experiência de mata e montanha. Outro ponto de extrema importância é: Jamais deixe de fazer o cadastro quando solicitado. Nesta região, o cadastro é feito na fazenda pelo Dílson ou alguém que trabalhe com ele. Se houver um acidente ou tenha se perdido na mata, alguém sairá para lhe ajudar caso tenha feito o cadastro e avisado seu destino.

Autor: Márcio Trindade
E-mail: [email protected]

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Escrito por Mauricio Oliveira

Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.

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