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Alter do Chão: um roteiro de 4 dias em uma das praias mais bonitas do Brasil

Pôr do sol em Alter do Chão
Pôr do sol em Alter do Chão

Sabe quando estamos precisando recarregar as energias e silenciar um pouco a mente? Pois é, escolhi esse destino exatamente por isso e posso dizer que acertei em cheio. Se você busca um destino para descansar, estar em contato com a natureza e um cenário de beleza única, não pense duas vezes em escolher a vila de Alter do Chão. A natureza foi extremamente generosa com esse lugar.

Para quem nunca ouviu falar, Alter do Chão está localizado no município de Santarém – PA. Banhada pelo Rio Tapajós, formando belíssimas praias de água doce. Não é à toa que em 2009, o jornal britânico The Guardian, colocou Alter do Chão entre as 10 praias mais bonitas no Brasil.

É em Santarém também que é possível ver o belíssimo encontro das águas do Rio Tapajós com o Rio Amazonas. Um dos fenômenos naturais mais incríveis. De um lado as aguas esverdeadas do Tapajós e do outro as aguas barrentas do amazonas que se tocam, mas não se misturam.

Alter do Chão apesar de sua simplicidade possui infraestrutura para receber os turistas. Para hospedagem, tudo vai depender do seu bolso. Você pode optar por uma pousada mais simples, uma sacada para o Tapajós, casa de temporada ou até mesmo passar pela experiência de dormir em um redário. Uma dica valiosa é: escolha com ar condicionado. O calor que faz naquela região não é brincadeira não!

O ar condicionado para dormir é mais importante do que a informação se o hotel oferece toalhas. Elas são completamente ‘um opcional’.  Sabe aquela secagem instantânea? Você sai do banho e em apenas 3 minutos está seco.

Fiquei hospedada com uma amiga em uma pousada à beira do Tapajós. Simples, mas com um café da manhã honesto e bem típico. Fizemos a reserva na Pousada Belas Praias através do booking.com para pagamento na pousada e a única coisa é que quando chegamos lá nos perguntaram se queríamos a diária com agua quente ou somente fria. Achei estranho, mas logo no primeiro dia você já vai entender que agua quente ali só mesmo para fazer um café.

É legal saber que a paisagem de Alter do Chão muda completamente no verão e no inverno.  A temperatura é sempre quente, o que muda mesmo é o volume de agua no Rio. O verão é a estação de seca (Agosto a Dezembro). Nesse período, às agua baixam e por isso as prainhas ficam mais visíveis. Especialmente em novembro, é possível ir a pé da vila até a Ilha do Amor.

O inverno (Janeiro a Julho), que é o período de chuvas, as praias ficam escondidas, mas possibilita os turistas a fazer outros passeios que só são possíveis com o nível de agua mais alto. Foi a época que eu estive em lá e apesar de não ver a Ilha do Amor toda descoberta posso dizer que vale muito a pena.

Não há necessidade de ir até uma agência de turismo. Em Alter do Chão é só chegar as margens do rio que já é possível ver todos os barcos que ficam ali parados oferecendo passeios. Eles geralmente aplicam os mesmos valores, mas se você estiver com um grupo, por exemplo, vale a pena sempre dar aquela pechinchada. Eu estive em Alter com uma amiga e já no primeiro dia fechamos todas as nossas travessias e passeios com o mesmo barqueiro. Trocamos celulares e assim foi. Deu super certo!

Roteiro de 4 dias em Alter do Chão

1º DIA – Ilha do Amor

Para conhecer o cartão postal de Alter do Chão, você pode optar por uma lancha em alumínio ou mesmo uma canoa movida a remo. Calma! Você não vai precisar ajudar a remar. Custa R$ 5 reais por pessoa a travessia, independente da opção que escolher. Como falado anteriormente, se decidir ir para Alter em Novembro você poderá fazer essa travessia a pé mesmo e pode desconsiderar esse custo.

Chegando na Ilha do Amor, o programa é relaxar e apreciar a culinária local. Escolha sua rede, sua cadeira dentro da água e simplesmente agradeça e aproveite esse momento de deslumbrar essa natureza maravilhosa. É nesse momento que você entende porque foi dado o nome de Caribe Amazônico.

A dica mais valiosa para esse 1º dia é: Espere o por do sol para voltar para o seu hotel. É maravilhoso. Não preciso descrever muito, as imagens abaixo falam por si.

2º DIA – Praia de Pindobal e Ponta do Cururu

Pindobal é uma prainha de tirar o fôlego. Como quase não se vê a outra margem do rio, dá a impressão que estamos em um grande mar de águas bem calmas. Com os quiosques bem próximos à agua é possível ficar bem aconchegante ali o dia todo. Para quem não tem sossego como eu, tem aluguel de Stand Up Paddle e caiaques também.

Booking.com

Nesses quiosques não é preciso pedir somente petiscos não. Eles servem refeições completas, com peixe da região na brasa, arroz, feijão e uma saladinha.  Ah, não deixe de experimentar o bolinho de piracuí.

Ou seja, dá para passar o dia todo tranquilo em Pindobal. A próxima parada é Ponta do Cururu para poder assistir novamente o pôr do sol.

3º dia –  Lago Verde e Floresta Encantada

Esse é um dos passeios que só é possível na época de cheia. Durante o período do verão amazônico, uma imensa porção de areia branca separa o Tapajós desse lugar, formando assim o Lago Verde.

Na época de cheia, o lago e o rio se unem, transformando esse lugar em uma verdadeira Floresta Encantada. Os barqueiros passam lentamente entre as copas das árvores, pois todos os troncos estão submersos. É possível ver macacos, vários pássaros, cutias entre outros animais.

O barco encosta em um restaurante onde dá para almoçar e ficar ali curtindo a natureza, meditando ou mesmo tirando um cochilo nas redes.

4º dia – FLONA – Floresta Nacional do Tapajós

A Floresta Nacional do Tapajós é o melhor passeio para se fazer em Alter do Chão. Nós fizemos da forma mais prática pois acabamos conhecendo um rapaz que estava sozinho de carro, e que topou racharmos os custos para chegarmos até a entrada dela.

Saindo de Alter, são mais ou menos 35km em estrada de terra. Na entrada da FLONA é necessário pagar uma taxa de R$ 3,00 para o ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e fora isso o preço do guia para a caminhada. Os valores vão depender da quantidade de pessoas e qual a trilha escolhida. No próprio site do Instituto é possível analisar esses valores ( www.icmbio.gov.br).

Nós optamos por fazer a trilha grande. São 19km pela Floresta. Nós fizemos em 6 horas o percurso todo. É cansativo mas não é necessário um super condicionamento físico. Tem uma única subida, mas que vale por umas cinco, porém todo o resto é praticamente plano. O mais impressionante nesse trajeto é tamanho conhecimento que os guias tem sobre todas as plantas da região. É uma verdadeira aula de botânica! Eles explicam inclusive às aplicações daquelas folhas no dia a dia das comunidades.

Apesar do clima super quente e úmido durante a caminhada, são poucos os trechos onde dá pra sentir o sol. A quantidade de árvores garante sombra por quase toda trilha. Leve bastante água porque o corpo pede muito nesse clima amazônico e uma fruta ou algo leve para comer. Durante o percurso nos deparamos com várias Samaúmas, todas elas impressionantes, mas nada se compara com a chegada à gigantesca, conhecida como Vovó. É impossível não se emocionar. A Vovó é aquela árvore que é preciso reunir umas 25 pessoas para abraçar seu tronco, mais de 1000 anos de vida e de uma beleza exuberante. Você tenta enxergar a copa da árvore mas é impossível, tamanha sua altura.

Esse é a parada principal da trilha. Ali é possível ficar uma meia hora para tirar fotos, comer um lanchinho, recuperar o fôlego e aí partir para voltar.

Nós terminamos a trilha à noite, e posso dizer que é uma experiência e tanto. Andar somente com uma lanterna junto com os sons da floresta é simplesmente incrível.

Se a opção de visitar for em Julho, como eu fiz , vale a pena pesquisar quando será o Festival Borari. No meu caso foi pura sorte. É um festival de rituais, danças e degustações de comidas para relembrar os povos indígenas que habitaram Alter do Chão. Maravilhoso assistir aos grupos dançando o carimbó.

NÃO FIZ, MAS VALE A PENA

Fazer o passeio até a Flona partindo de Alter de barco. Geralmente são 2 dias de passeio. O barco sai de Alter, faz paradas para banho e depois visita alguns projetos comunitários da região. O pernoite é sempre na casa de moradores. Como se trata de um povo muito receptivo, é uma experiência única para conhecer melhor a cultura local, ouvir histórias da floresta e comer uma comidinha bem típica, preparada em um fogão à lenha. Para os valores de pernoite na comunidade também é possível consultar diretamente no site do Instituto Chico Mendes. É tudo tabelado e bem organizado.

Como chegar em Alter do Chão

A melhor forma de chegar em Alter do Chão é através do aeroporto de Santarém. A maioria dos voos faz escala em Manaus ou Brasília. Do aeroporto de Santarém, são mais 38kM em rodovia asfaltada para chegar à vila de Alter do Chão. Existem ônibus de linha que saem de hora em hora, mas a opção mais rápida e prática é pegar um taxi, que custa R$ 90,00 até lá. Se estiver viajando sozinho fica um pouco salgado o valor mas na própria saída do desembarque é possível identificar as pessoas que estão indo para o mesmo lugar e tentar dividir o valor do taxi.

Dica: Na volta, organize seu horário para conseguir ver o Encontro dos Rios. Da própria Orla em Santarém é possível ver o encontro dos Rios mas se preferir pode pegar um barco no terminal fluvial, que por uns 50 reais faz um passeio de 1 hora.

Espero ter ajudado com as informações desse lugar tão maravilhoso que é Alter do Chão. Qualquer dúvida deixem um comentário aqui e eu terei o maior prazer em responder.

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Escrito por Fernanda Volterrini

Fê Volterrini é uma paulistana que frequentemente está em busca do contato com a natureza. Ela não se aquieta nunca, nem bem terminou uma viagem, ela já está cheia de planejamento para a próxima. Tem rodinha nos pés! Viajar para ela é muito mais que uma experiência incrível de conhecer um novo destino, é uma forma de autoconhecimento. É na quietude da alma que ela encontra respostas e se recarrega de energia.

20 Comentários

Deixe um comentário
    • Mariana, coloca mesmo na lista de viagem porque vale muuuito a pena. É uma viagem que dá para fazer em família sim, somente a trilha longa que fica complicado, mas todo o resto dá tranquilo. Acompanha o blog porque tem sempre muitas dicas e ideias de destinos.

  1. Espetáculo !
    Parte do País pouco explorada.
    Tive o imenso privilégio de ver o encontro das águas em Manaus. Tão emocionante que chorei !
    Ja li várias reportagens sobre Alter, mas seu post foi muito esclarecedor e cheio de dicas. A D O R E I…
    Boa sorte Fernanda !

    • Que bom que gostou Márcia. É uma parte do país realmente pouco explorada e de uma beleza sem tamanho. Acompanhe o blog pois tem sempre muitas dicas legais !!

  2. Passagem comprada para fim de outubro para Alter do Chão, depois Belém.
    Seguindo quase que fielmente o seu roteiro.
    Espero me dar bem. Depois dou o retorno.

    Grato

  3. Fernanda!!!! Por favor, me ajuda!!!! rsrsrsr
    Estou indo para Alter do Chão em Novembro. Vou ficar 5 dias inteiros lá. Poderia me sugerir o hotel e os passeios??? Fico em Santarém? Ou Alter? Somos dois casais, meu irmão já tem 79 anos, apesar de estar muito bem, não dá para nada radical. Agradeço desde já a sua futura ajuda, e depois eu conto como foi!
    Beijinhos,.
    GG

  4. Ola, obrigada pelo seu relato da viagem gostei muito. Sou uruguaia e estou planejando a viagem para alter no mes de outubro. Como e o tema de insectos la, tem muitos que incomodam? E a caminhada pela floresta tem risgo de cobra? Adoro natureza mas tenho um pouco de medo.

  5. olá Fernandinha estou indo para alter do chao em 31de outubro irei passar 3 dias inteiros lá
    você pode me sugerir qual passeio seria melhor para aproveitar o máximo?
    será 2 casais duas crianças de 10 é 04 e minha mãe de 50
    qual desses locais eu escolheria nesses 03 dias ?

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